Após caso de Izabella Camargo, preocupação com saúde mental em empresas ganha destaque

Jornalista tornou-se símbolo da discussão sobre saúde mental no trabalho

Jornalista Izabella Camargo tornou-se símbolo da discussão sobre saúde mental no trabalho -  (crédito: Divulgação)
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Jornalista Izabella Camargo tornou-se símbolo da discussão sobre saúde mental no trabalho - (crédito: Divulgação)

Após sofrer um apagão ao vivo na TV Globo, a jornalista Izabella Camargo tornou-se símbolo da discussão sobre saúde mental no trabalho. Diagnosticada com Síndrome de Burnout, foi demitida ao retornar de uma licença médica e processou a emissora, recebendo indenização. Seu caso exemplifica como o esgotamento profissional ainda é tratado de forma negligente por muitas empresas.

Por anos, temas como ansiedade e depressão foram tabu, e funcionários com transtornos psicológicos enfrentavam estigma e preconceito. No ambiente corporativo, problemas mentais eram vistos como fraquezas, sem o devido reconhecimento de seus impactos na produtividade e na saúde dos colaboradores. Com o tempo, essa percepção mudou, e muitas empresas passaram a investir em bem-estar mental, adotando iniciativas como assistência psicológica e horários flexíveis.

A nova Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que entra em vigor em maio de 2025, exigirá que empresas brasileiras avaliem e gerenciem riscos psicossociais no ambiente de trabalho, como estresse, sobrecarga e assédio. A medida busca reduzir afastamentos e aumentar a produtividade, incentivando uma cultura organizacional mais saudável e acolhedora.

Samanta Padilha, Head de RH do Grupo BGB, destaca que saúde mental se tornou um pilar estratégico para empresas que desejam equipes produtivas e engajadas. Para ela, o acolhimento, o suporte psicológico e a capacitação de lideranças são essenciais para criar um ambiente de trabalho menos opressor. Além disso, empresas que investem no bem-estar dos funcionários não apenas demonstram responsabilidade social, mas também colhem melhores resultados financeiros.

"Acolhimento, escuta ativa e suporte real são essenciais. Não basta apenas ter um canal aberto para conversas, é preciso agir. O colaborador precisa sentir que pode falar sem medo de julgamento e que terá apoio, seja com acesso à terapia, flexibilidade em momentos críticos ou um ambiente que respeite seus limites. Além disso, a capacitação das lideranças é fundamental para que saibam reconhecer sinais de sofrimento emocional e agir de forma humanizada", destaca Samanta Padilha.

Sobre a redução da pressão no ambiente dentro das empresas, ela completou: "Esse deve ser um compromisso de qualquer organização que valoriza seu capital humano. Pressão faz parte do mundo corporativo, mas ela precisa ser saudável. Um ambiente onde há comunicação transparente, reconhecimento do trabalho e equilíbrio entre vida pessoal e profissional reduz o estresse excessivo. No Grupo BGB, investimos em uma cultura organizacional que prioriza resultados sustentáveis, sem abrir mão da qualidade de vida do nosso time", disse.

Investir em saúde mental deixou de ser um diferencial e passou a ser uma necessidade para organizações que buscam crescer de forma sustentável. Afinal, cuidar do colaborador significa cuidar do sucesso da empresa.

Mariana Morais
MM
postado em 25/03/2025 08:49 / atualizado em 27/03/2025 14:15