Recentemente, Yasmin Brunet, de 36 anos, deu o que falar devido ao emagrecimento após o tratamento da condição. E ela não é a única famosa que sofre com a condição. Juju Massaoka, repórter do Mais Você, sempre se incomodou com as batatas da perna mais "avantajadas". A ex-BBB Amanda Djehdian já falou abertamente sobre o tema em algumas ocasiões.
O lipedema é uma condição que acomete cerca de 12% das mulheres brasileiras, segundo a Secretaria de Saúde. De acordo com a médica Dra. Isabel Martinez, a doença crônica e dolorosa é caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura subcutânea, que afeta principalmente as pernas e, às vezes, os braços.
"É uma condição exclusiva em mulheres e muitas vezes confundida com obesidade, mas possui características distintas, como sensibilidade ao toque, formação fácil de hematomas e resistência à perda de peso em áreas afetadas. No Climex®, acreditamos na importância de olhar a mulher de maneira holística, especialmente na fase da menopausa, e estamos desenvolvendo um estudo clínico para entender melhor como tecnologias e intervenções específicas podem beneficiar mulheres com lipedema", explica.
Segundo Dra, Isabel, o lipedema traz impactos além do acúmulo de gordura. "As mulheres que vivem com essa condição experimentam dor intensa, inchaço e uma sensação crônica de peso nas pernas, que é agravada ao final do dia. Ao longo do tempo, essa dor e o desconforto podem comprometer a mobilidade, levando ao desgaste articular e até ao isolamento social".
Além disso, a médica cita os principais sintomas da lipedema: "Sensibilidade e dor na gordura das pernas e braços, hematomas frequentes e desproporcionais, inchaço constante, com piora ao longo do dia, sensação de peso nas pernas, dificuldade em perder peso nessas regiões, mesmo com dietas e exercícios".
Durante a menopausa, a queda nos níveis de estrogênio provoca uma série de alterações metabólicas e hormonais que podem agravar o lipedema, segundo a médica. "O estrogênio regula o metabolismo da gordura em áreas como quadris e coxas, locais que concentram mais receptores desse hormônio. Com a diminuição do estrogênio, o acúmulo de gordura nas regiões inferiores tende a aumentar, piorando os sintomas do lipedema. Além disso, o estrogênio tem um papel fundamental na regulação do sistema linfático e da vascularização. Sua falta pode levar a alterações vasculares, como aumento da permeabilidade e inflamação dos vasos, contribuindo para o inchaço e a dor intensificada".
Isabel afirma que a relação entre estrogênio e lipedema vai além da simples deposição de gordura. "Ele influencia também a lipólise e lipogênese, processos de quebra e armazenamento de gordura, regulados por receptores específicos no tecido adiposo. Durante a menopausa, a queda desses receptores afeta a capacidade do corpo de metabolizar a gordura e eliminar líquidos, tornando o lipedema ainda mais resistente".
No entanto, a médica ainda conta que a gordura comum se distribui de maneira uniforme e responde bem a mudanças na dieta e atividade física. "Já a gordura associada ao lipedema é densa, dolorosa, e se acumula em áreas específicas, não respondendo a métodos tradicionais de emagrecimento. Ela está ligada a disfunções hormonais e vasculares, características que a tornam resistente a abordagens convencionais".
Embora a causa exata do lipedema ainda seja estudada, o controle de fatores hormonais e práticas que auxiliem o sistema linfático são fundamentais. A especialista esclarece que tratamentos incluem terapia de compressão com meias específicas, para reduzir inchaço e aliviar a dor. Além de drenagem linfática manual, que ajuda na circulação e diminui o acúmulo de líquidos. Exercícios de baixo impacto, como natação e caminhada, que auxiliam na mobilização do sistema linfático, dieta anti-inflamatória que, ao reduzir a inflamação sistêmica, melhora os sintomas e a qualidade de vida.