Com 21 anos de idade e 15 de carreira, Zaia Ângelo é artista visual, escritora e estudante de jornalismo. Sua carreira artística iniciou na literatura aos 7 anos de idade, quando lançou seu primeiro livro “A girafa que foi ao espaço”. Depois, lançou mais quatro livros, entre eles “Transformação de Joca”, que rendeu a ela um prêmio internacional pela Associação La Atrevida, entidade ligada à Universidade de Lisboa, em Portugal. Também recebeu o prêmio Troféu Literatura em 2017 de melhor ilustração e projeto gráfico pelo livro “Depois do Final Feliz”.
Aos 15 anos, foi convidada para expor no Carrousel du Louvre durante a Semana de Arte de Paris, o que a levou a dedicar-se mais às artes plásticas e obter alguns reconhecimentos, como a inclusão de seu nome entre os 50 artistas plásticos contemporâneos mais influentes do Mundo pelo guia "The Best and Modern and Contemporary Artists 2018", com curadoria de Salvatore Russo e Francesco Saverio.
Mas sua história na indústria começou através de um convite da cantora Fafá de Belém para retratar o Círio de Nazaré. Surgiu então a oportunidade de produzir um kaftan estampado com obra criada para o Círio, que a cantora vestiria na abertura do Carnaval da Mangueira em 2015.
“Esse projeto me fez perceber que a moda poderia ser um caminho para disseminar de forma mais ampla minhas mensagens, e foi aí que lancei minha marca de roupas autorais em 2020”, contou a estudante de jornalismo.
“Com isso, surgiram novos convites, entre eles, do Ministério Público do Trabalho para a realização do 1º Desfile somente com modelos trans e travestis da Região Centro-Oeste. O desfile abriu o Mega Modas Fashion, um dos maiores eventos de moda varejista do país. Outro destaque importante aconteceu quando minha marca se tornou a primeira marca goiana a ser selecionada para expor na loja conceito do São Paulo Fashion Week”, emendou.
Com mais de quinze anos de carreira, Zaia fala sobre suas criações e conta sobre o propósito por trás de suas artes.
“Uso a arte como ferramenta para amplificar a voz das minorias, aumentar a audiência para as questões e injustiças sociais, retratando a realidade de forma lúdica com o intuito de sensibilizar a sociedade e levantar discussões de pautas nem sempre lembradas ou consideradas tabus”, pontuou.
“Através de traços exagerados e cores vibrantes, quero chamar a atenção para a existência e potencialidade das minorias. Tenho como propósito, além de alertar para a crueldade provocada pelos padrões sociais, ressaltar a beleza do diverso. A arte é meu combustível, é minha arma de luta para a construção de uma sociedade mais inclusiva e compassiva”, finalizou a estilista que tem como inspirações na indústria da moda a estilista Isa da Isaac Silva e Jeremy Scott.
Ela também contou quais são seus planos para sua marca para o futuro: “Meus planos para o futuro são expandir meu trabalho cada vez mais, ter reconhecimento e conseguir viver da minha arte. Quero que minha marca se torne popular e referência entre as pessoas”, compartilhou.