Superação!

Influenciadora do TikTok fatura R$ 3 milhões após sobreviver à violência doméstica

Com história de superação, Biarciane Schroeder Fernandes narra o pesadelo que viveu com ex-companheiro

Biarciane Schroeder -  (crédito: Divulgação)
Biarciane Schroeder - (crédito: Divulgação)
postado em 25/10/2023 18:25 / atualizado em 25/10/2023 18:26

A empresária brasileira Biarciane Schroeder Fernandes, de 36 anos, viu no TikTok uma oportunidade de mudar de vida e superar a violência doméstica. Morando na Suécia, na época, ela contou que começou a fazer lives na plataforma para conseguir juntar dinheiro para retornar ao Brasil, após sofrer inúmeros episódios de agressão do marido. Em um ano, Biarciane faturou R$ 3 milhões.

"Eu não tinha dinheiro, então busquei a live do TikTok para conseguir renda. Eu estava sendo vítima de violência doméstica e estava exilada em outro país com meus quatro filhos. Acabei sendo pioneira e com um mês de live peguei o primeiro Top 1", disse Biarciane, que foi recordista ao ficar mais de 50 vezes no topo da plataforma com seus vídeos motivacionais.

Biarciane usou de exemplo sua própria história para ensinar as pessoas a buscarem o melhor de si e acreditarem em seu potencial, quebrando barreiras impostas por elas mesmas. “Costumo dizer que todo ser humano precisa ter uma base familiar muito forte. Acho que o primeiro homem que ensina uma mulher como ela merece ser tratada é o pai. Eu não tive isso na minha infância e há dois anos, quando me converti para o islamismo, conheci uma pessoa que veio para o Brasil por um mês e acabei me casando", lembrou.

Na sequência, ela narra como sua vida se transformou em um pesadelo. "Ele voltou para a Suécia, depois voltou para cá e ficou mais 15 dias. Ele me convenceu a ir para a Suécia com ele e os meus filhos. Quando eu cheguei lá, comecei a viver um pesadelo. Descobri que ele era casado legalmente lá, embora não vivesse com a mulher. Por causa disso, ele não poderia me prover um visto de permanência como esposa e eu tive que buscar asilo para tentar permanecer no país com os meus filhos", contou a empresária.

Biarciane disse que precisou ficar um tempo no hotel de imigração, antes de ir morar com o marido e os filhos em um apartamento. E foi justamente após a mudança para o apartamento que ele começou a ficar agressivo. Ela relatou, ainda, que o marido xingava muito seus filhos e, em um dos episódios de agressão, ele tentou obrigá-la a ter relação sexual sem seu consentimento. 

Violência sexual

"Eu só me debatia e tentava tirar ele de cima de mim, quando ele viu que eu estava sendo muito forte, ele me deu um tapa muito forte no rosto, começou a tapar a minha boca e disse que ninguém ia me socorrer, porque eu estava em outro país, que ninguém se importava comigo. Comecei a correr pela rua, pedindo ajuda, não tinha ninguém pra me ajudar", lembrou.

Biarciane revelou que precisou morar num abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica com os filhos, mas acabou acreditando na mudança do ex-companheiro e retornou ao apartamento. Mas acabou tendo que lidar novamente com o pesadelo de conviver com as atitudes agressivas dele. Foi então que, ao se ver no fundo do poço e com um sentimento de fracasso, começou a buscar alternativas para deixar a Suécia e livrar seus filhos e a si mesmo desse ambiente tóxico.

Recomeço

"Eu não tinha ninguém para me ajudar a comprar a passagem, então precisava arrumar um jeito de voltar para o meu país. Foi aí que meus filhos me mostraram o TikTok e eu comecei a fazer as lives. Ali comecei a ganhar dinheiro. Coloquei na cabeça que iria juntar o dinheiro para ir ao Brasil", relatou ela, que acabou encontrando o suporte que precisava em outro companheiro."Ele me deu um suporte, me ajudou e eu consegui aos poucos me encontrar, me motivar. Comecei a enxergar a minha vida através dessa pessoa, que me ajudou e ver que eu era forte, o quanto eu era guerreira, o tanto que eu tinha lutado para me manter viva e meus filhos também".

Mas, não acabou por aí! Mesmo após ter conseguido retornar ao Brasil, a empresária ainda tem que lidar com as constantes exposições de sua vida privada. "Quando cheguei aqui, ele começou a expor nossos momentos de intimidade, vídeos e fotos minhas nuas. Fiz uma medida protetiva, só que tudo isso parava numa barreira chamada fronteira de país. Se ele estivesse aqui no Brasil, ele não poderia fazer nada comigo porque senão ele seria preso", finalizou.

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