
Caio Blat não ficou calado ao descobrir que não verá um centavo sequer da exibição de Beleza Fatal na TV aberta. A trama, originalmente produzida para a Max, foi vendida para a Band sem que o elenco tivesse qualquer participação nos lucros, o que gerou revolta no ator.
Durante uma entrevista ao DR com Demori, antecipada pelo Jornal Extra, o artista abriu o jogo e criticou duramente o modelo de negócios que, segundo ele, prejudica os profissionais da área.
"Fizemos a novela para a Max para abrir um novo campo de mercado. Imediatamente a novela foi vendida para uma emissora de TV aberta. A gente ficou feliz porque quer que ela chegue ao maior público possível, mas a gente não tem nenhum direito, nenhuma participação sobre isso. Trabalhamos para o streaming por um valor para aqueles assinantes. Agora eles negociam, os direitos todos são deles. Podem revender e reprisar", disparou.
Sem esconder a frustração, Caio Blat ainda ressaltou a falta de uma legislação que proteja os artistas nesse tipo de situação. "Não temos uma lei sobre os direitos conexos. Não tenho direito sobre minhas imagens. Qualquer novela ou filme que já fiz pode ser colocado no streaming sem me comunicar, nem me pagar. Os atores não recebem pelos filmes disponíveis nas plataformas, e as empresas de streaming vendendo assinaturas", denunciou.
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O ator ainda comparou o Brasil com outros países, onde há leis que garantem pagamentos contínuos aos artistas. Mesmo diante da insatisfação, ele não deixou de elogiar o sucesso da trama e sua participação na produção. "É uma das primeiras novelas nesse formato mais dinâmico do streaming. Faz um sucesso gigantesco. São 40 episódios. Dirigi até algumas cenas. É uma superprodução. Conseguiu pegar grandes atores consagrados que o público conhecia, confia e gosta do trabalho", destacou.
A polêmica acendeu um debate entre os fãs e profissionais do meio artístico, que agora cobram mudanças para evitar que situações como essa se repitam. Resta saber se a repercussão será suficiente para provocar mudanças ou se os artistas continuarão sem participação nos lucros milionários das plataformas de streaming.