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Dr. Túlio Medeiros fala da eficácia do plasma de argônio em pós-bariátricos

Confira detalhes do especialista

Pacientes ideais para o procedimento são aqueles que fizeram a cirurgia bariátrica do tipo Bypass há mais de dois anos, tiveram reganho de peso superior a 10% do peso corporal e possuem anastomose com diâmetro igual ou superior a 15 mm

O reganho de peso após uma cirurgia bariátrica, especialmente em pacientes submetidos ao procedimento do tipo Bypass, é uma realidade cada vez mais frequente. Entre as causas, estão fatores como dilatação do estômago, descontrole emocional, ausência de atividade física e falta de disciplina alimentar.

Para tratar esse problema, o plasma de argônio surge como uma solução minimamente invasiva, com resultados cientificamente comprovados e extremamente reconhecidos por especialistas como o Dr. Túlio Medeiros, médico endoscopista bariátrico.

Segundo Dr. Túlio, o plasma de argônio utiliza um gás ionizante aplicado por via endoscópica para promover um processo inflamatório na anastomose gastrojejunal, área de conexão entre o estômago e o intestino. Essa inflamação leva à cicatrização, apertando o diâmetro da anastomose e prolongando o tempo de retenção do alimento no estômago, o que aumenta a sensação de saciedade.

“Os pacientes ideais para esse procedimento são aqueles que fizeram a cirurgia bariátrica do tipo Bypass há mais de dois anos, apresentaram reganho de peso superior a 10% do peso corporal e possuem anastomose com diâmetro igual ou superior a 15 mm. O tratamento geralmente exige entre uma e três sessões, realizadas com intervalos de 60 dias, dependendo da gravidade do caso. Pacientes com anastomoses menores tendem a precisar de menos sessões”, explica o médico.

Os resultados do plasma de argônio são consistentes, com uma perda média de 10% a 15% do peso corporal total. O sucesso do tratamento depende da normalização do tamanho da anastomose e do comprometimento do paciente em adotar um estilo de vida saudável, com alimentação equilibrada e atividade física regular, sob orientação de uma equipe multidisciplinar.

“As complicações associadas ao plasma de argônio são raras, mas podem ocorrer, como os sangramentos, perfurações e estenoses (estreitamento excessivo da anastomose devido à cicatrização). Essas condições são reversíveis e podem ser tratadas de forma eficaz. Durante o período de cicatrização, que dura cerca de 60 dias, é essencial que o paciente siga uma dieta progressiva, iniciando com alimentos líquidos e evoluindo para uma dieta geral. Além disso, o uso de protetores gástricos e antiácidos nas primeiras semanas é indispensável para evitar complicações”, reforça o especialista.

Quando comparado a outros métodos, como a sutura endoscópica, o plasma de argônio apresenta vantagens significativas. “É um procedimento menos invasivo, com menor custo e eficácia equivalente. Em casos de insucesso, pode ser associado a outras técnicas, como a sutura gástrica, mas, estudos atuais indicam que essa opção aumenta os custos e não traz benefícios relevantes”, aponta.

Embora promissor, o plasma de argônio ainda é pouco conhecido entre pacientes e até mesmo entre médicos. O avanço de tecnologias externas para a aplicação do gás promete máquinas mais modernas, que garantem maior eficácia e segurança, tornando o tratamento mais acessível e popular no futuro.

De acordo com o Dr. Túlio Medeiros, o plasma de argônio deve ser considerado como a primeira linha de tratamento para o reganho de peso pós-bariátrico. “Combinado a uma mudança de hábitos e suporte profissional, esse método representa uma solução segura, eficaz e acessível, ajudando os pacientes a recuperarem o controle sobre o peso e a qualidade de vida”, pontua.

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