Hoje, Karlota Gourmet é mais do que uma marca, é um nome aguardado com grande expectativa na culinária, especialmente em datas comemorativas. A agenda para pedidos de Natal foi aberta em 25 de setembro, mas antes que o peru pudesse dar sua última palavra, tudo se esgotou em 12 de outubro. Inúmeras ceias serão entregues e já há uma lista de espera que daria inveja até a um restaurante estrelado. O mercado de Orlando está "gourmetizando" Karlota. Agências de viagem agora a vendem como um item de luxo gastronômico. Quer saber o detalhe mais impressionante? Cerca de 70% dos clientes são brasileiros comprando enquanto visitam os EUA, e 30% são americanos fascinados por essa experiência saborosa e cheia de alma.
Antes de todo o glamour, Karlota era apenas Karla Silveira Cavalcanti Fonseca, uma paraibana de Campina Grande, filha de pais que dedicaram 30 anos aos restaurantes locais. Cresceu em meio aos aromas da cozinha familiar, que enchiam o ar de afeto e autenticidade. Mesmo enfrentando desafios pessoais, como sua batalha contra o câncer, Karla mantém a fé e o foco. "No final do dia, é a simplicidade que dá sabor à vida", reflete.
Em agosto de 2017, Karla decidiu atravessar o Atlântico e fermentar seus sonhos em Orlando. O que começou como um ano sabático para estudar gastronomia e aprimorar o inglês se transformou na base de uma marca que hoje é sinônimo de luxo. Ainda no Brasil, ela já fazia bonito no setor de buffets, mas foi nos Estados Unidos que aprendeu a "assar sob pressão" e ainda sair com crocância. Entre aulas de culinária e desafios culturais, Karla percebeu que precisava adicionar novos temperos à sua receita pessoal e profissional.
Karlota sempre teve o "toque de chef", aquele instinto que transforma o comum em extraordinário. Combinando sua herança culinária com influências internacionais, começou a criar não apenas pratos, mas experiências. Seu diferencial? Não era apenas o que estava no prato, mas também ao redor dele: mesas decoradas com louças impecáveis e detalhes que transformavam qualquer refeição em um evento memorável. Essa abordagem chamou atenção no mercado americano, consolidando Karlota Gourmet como uma referência na gastronomia nos EUA.
O sucesso não veio sem desafios. Logo no primeiro dia nos Estados Unidos, Karlota preparou um jantar para Galvão Bueno e Rubinho Barrichello. Assim começou sua fama como "Chef das Estrelas", um título que carrega tanto glamour quanto exigências. Como resistir à pressão de servir personalidades que já provaram o melhor do mundo? Karlota não apenas resistiu; ela brilhou.
Hoje, Karlota Gourmet é praticamente uma atração turística em Orlando. Celebridades brasileiras e americanas disputam um espaço em sua agenda, enquanto sua marca se expande para atender desde eventos corporativos até festas luxuosas. Mas, entre pratos finamente decorados e contratos de alto valor, Karlota faz uma pausa e reflete: "Será que perdi algo ao longo do caminho?" A resposta vem com um sorriso meio irônico e uma risada leve: talvez, mas o sabor da conquista é indescritível.
Entre pequenos cafés da manhã para dez pessoas e casamentos de tirar o fôlego, Karlota se tornou uma "marca gourmetizada", mas a essência de sua culinária ainda remete ao feijão-com-arroz da infância. Em um mundo onde até o pão de queijo pode ser vendido como iguaria gourmet, Karlota brinca com a ideia de "luxo". "Não é a louça dourada que faz a comida melhor; é o tempero da história por trás dela." Entre sarcasmo e reflexão, ela questiona: será que estamos todos nos "gourmetizando" ao ponto de esquecer o que realmente importa?
Karlota Gourmet é mais do que um exemplo de sucesso; é um lembrete de que a vida é uma mistura de ingredientes simples e sofisticados. Fermentar sonhos, assar sob pressão, temperar com autenticidade. No final, o que realmente importa não é a decoração da mesa, mas quem está ao redor dela. E Karlota, com toda sua trajetória, nos ensina que até mesmo o prato mais luxuoso deve ter um toque de simplicidade.