REFLETIU!

Cantora Ghabi reflete sobre os desafios de ser uma artista independente

"Só quem nos escuta são os LGBTQIA+ e mulheres", disparou a artista

 

A multiartista independente Ghabi está prestes a lançar seu primeiro álbum em 2025 e, em entrevista exclusiva, refletiu sobre os desafios que enfrentou ao longo de sua carreira, especialmente como mulher no cenário musical brasileiro. “A falta de investimento e de acesso aos palcos são alguns dos maiores obstáculos que enfrento”, revela a artista, que tem se empenhado em criar espaços para outros artistas independentes. Entre suas iniciativas, destaca-se o Sarau do Parque e o Soho Sessions, eventos que ocorrem no Rio de Janeiro e têm como objetivo dar visibilidade a talentos emergentes.

Ghabi vem de uma família influente no mundo do showbizz, que inclui nomes como Kamila Fialho, ex-empresária da Anitta, e Tília, filha de Kamila com Dennis DJ. Além disso, ela é irmã do empresário Diogo Fialho. Essa proximidade com o meio artístico moldou sua visão sobre a fama e o sucesso. “Eu cresci numa família do showbizz, e sinto que evoluímos juntos profissionalmente, nos apoiando em nossos erros e acertos. Talvez até por isso que não tenho essa coisa de buscar a fama pela fama, porque eu acredito que a fama que vale a pena é a que vem através do sucesso do trabalho”, reflete Ghabi. Para ela, a fama verdadeira vem do trabalho bem feito, e sua família compartilha essa visão: “É aquela coisa de deixar o trabalho falar por si, e isso é uma opinião em comum que temos na nossa família. Evitamos exposição desnecessária, até por questão de segurança.”

Ela também ressalta que, artisticamente, sua trajetória é diferente da de Tília, apesar de ambas serem artistas pop. “Eu e Tília já nos apresentamos juntas, mas apesar de sermos artistas pop, temos públicos muito distintos. O que não nos impede de sempre tentar agregar nos nossos trabalhos e unir o que faz sentido unir.”

Sobre os desafios enfrentados por mulheres no cenário musical, Ghabi apontou que elas ainda encontram muitas barreiras para serem ouvidas e valorizadas, especialmente por um público mais amplo. “Nós não somos ouvidas, a não ser pelo público LGBTQIA+, que consome artistas mulheres em sua maioria”, desabafa. Para ela, há uma constante pressão para que mulheres se sexualizem a fim de conseguir mais visibilidade, o que reflete um cenário desequilibrado em comparação aos artistas homens. “Infelizmente, o consumo de música feminina no Brasil está muito relacionado ao ‘lifestyle’ que a artista vende, mais do que à sua arte”, explica.

Recentemente, a vida pessoal da artista ganhou destaque na mídia, o que a incomodou profundamente. Ghabi prefere que sua carreira fale mais alto do que qualquer aspecto de sua vida privada. “Eu sou muito séria e comprometida com o trabalho. É frustrante perceber que, por ser mulher, as pessoas focam mais em quem eu estou namorando do que no que eu produzo”, afirma. Apesar disso, ela se mantém firme em seus valores e diz que nunca aceitaria criar factóides para alavancar sua carreira: “Meus valores morais estarão sempre acima disso.”

Sobre o futuro, Ghabi adiantou que seu álbum terá uma sonoridade dançante, mas com uma mensagem bem clara. “Estou trabalhando em um álbum bem pista, mas com um conceito definido, algo que tem muito a ver com essa minha nova fase”, diz. Entre suas referências, a artista cita Beyoncé e Shakira, com um toque da musicalidade de Dua Lipa. “Eu chamo de pop maduro e rico em musicalidade. Estou muito empolgada e espero que o público receba bem”, conclui.

Mais Lidas