EXPLORAÇÃO ESPACIAL

Nasa encontra "mirtilos" na superfície de cratera em Marte

Descoberta do rover Perseverance se assemelha ao formato redondo e cor escura da fruta popular no Brasil

Marte abriga formações rochosas que indicam água corrente no passado -  (crédito: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)
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Marte abriga formações rochosas que indicam água corrente no passado - (crédito: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)

Uma descoberta do rover Perseverance, da Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa), destacou elementos semelhantes a uma fruta tão consumida no Brasil. Chamadas de “mirtilos marcianos” em comunicado da Nasa, centenas de esferas foram encontradas na borda da cratera Jezero, uma área conhecida como St. Paul’s Bay.

As pedras apresentavam características particulares: bordas angulares, alongadas e pequenos furos. 

Recentemente, o Perseverance chegou à região Broom Point de Marte, onde imagens de satélites já haviam registrado uma série de faixas de tons claros e escuros. O rover desgastou e coletou amostras do local, que sugerem camadas rochosas antigas devido ao padrão de cores. As formações podem ter origem de quando o planeta abrigava água corrente e condições de vida favoráveis. 

Essa não é a primeira vez que as “frutinhas” foram avistadas em Marte. Em 2004, as “uvas” foram encontradas no planeta. Desde então, o rover Curiosity observou esferas nas rochas da Baía de Yellowknife na cratera Gale. 

  • "Mirtilos marcianos" registrados no planeta em 11 de março NASA / JPL-Caltech / LANL / CNES / IRAP
  • "Mirtilos marcianos" registrados no planeta em 11 de março NASA / JPL-Caltech / LANL / CNES / IRAP

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Na Terra, a geologia explica que esferas semelhantes surgem por processos como a interação de minerais com a água subterrânea, erupções vulcânicas e impactos de meteoritos. É provável que as “frutas marcianas” tenham origem da circulação aquática por meio de espaços porosos na rocha. Outra hipótese é que tenham surgido a partir do resfriamento rápido de rocha derretida, seja por erupção vulcânica ou impacto cósmico.

A St. Paul’s Bay foi classificada pelos cientistas como uma rocha flutuante, termo usado por geólogos para descrever algo que não está no lugar. Ou seja, a área pode ter sido transportada de outro lugar. A suspeita é de que a formação é proveniente das faixas escuras. O passado aquático da cratera Jezero indica um local promissor para pesquisas. 

 

Bianca Lucca
postado em 26/03/2025 13:34