
A Agência Espacial Europeia (ESA) liberou nesta quarta-feira (19/3) dados capturados pelo telescópio Euclid em uma semana de observação. Durante varredura em três áreas do céu, o telescópio já detectou 26 milhões de galáxias. As mais distantes estão a 10,5 bilhões de anos-luz de distância.
Os campos observados pelo Euclid também têm uma pequena população de quasares (núcleos de galáxias alimentados por buracos negros) brilhantes que podem ser vistos muito mais longe. Até o final da missão, em 2030, o telescópio passará dezenas de vezes por essas regiões, captando muitas mais galáxias distantes.
"O Euclid se mostra uma derradeira máquina de descoberta. Ele observa galáxias em escala mais grandiosa, permitindo-nos explorar a nossa história cósmica e as forças invisíveis que moldam o nosso Universo”, disse em declaração a Diretora de Ciência da ESA, Carole Mundell.

De acordo com a agência, o telescópio mede com grande precisão a variedade de formas e distribuição de bilhões de galáxias com seu instrumento de imagem visível de alta resolução (VIS), além de contar com um instrumento de infravermelhos próximos (NISP) para desvendar as distâncias e as massas das galáxias.
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Matéria escura
A partir da observação do Euclid, cientistas começaram a esboçar uma organização em grande escala da teia cósmica: filamentos de matéria ordinária e matéria escura que se formaram e evoluíram. Essa é uma ferramenta fundamental para compreender a natureza da matéria escura e da energia escura, que compõem 95% do Universo.
“Todo o potencial do Euclid para aprender mais sobre a matéria escura e a energia escura a partir da estrutura em grande escala da rede cósmica só será alcançado quando tiver completado todo o seu estudo. No entanto, o volume desta primeira publicação de dados já nos oferece um primeiro olhar único sobre a organização em grande escala das galáxias, que podemos usar para aprender mais sobre a formação de galáxias ao longo do tempo”, declara Clotilde Laigle, cientista do Consórcio Euclid e especialista em processamento de dados do Institut d'Astrophysique de Paris, na França.
Segundo a ESA, os dados liberados nesta quarta-feira são resultado de um "lançamento rápido" do Euclid. Os primeiros dados cosmológicos oficiais da missão só deverão ser divulgados para a comunidade em outubro de 2026.