ORIGEM

Cientistas revelam imagens da "infância" do universo; entenda

Momento da infância cósmica registrado na pesquisa é conhecido como fundo cósmico de micro-ondas (CMB). Esse é o estágio mais primitivo do universo passível de ser observado

Telescópio Cosmológico do Atacama (ACT), no Chile -  (crédito: Debra Kellner/Universidade de Princeton)
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Telescópio Cosmológico do Atacama (ACT), no Chile - (crédito: Debra Kellner/Universidade de Princeton)

Pesquisa com o Telescópio Cosmológico do Atacama (ACT), no Chile, captou imagens mais precisas dos primeiros anos do universo já registradas. Os registros mostram o universo cerca de 380 mil anos após a explosão do Big Bang. Considerando a idade do espaço cósmico atualmente, hoje na “meia-idade” com 13,8 bilhões de anos, é como se o registro mostrasse um “bebê universo”, com poucas horas de vida. 

O momento da infância cósmica registrado na pesquisa é conhecido como fundo cósmico de micro-ondas (CMB). Esse é o estágio mais primitivo do universo passível de ser observado. Isso acontece porque, após o Big Bang, o plasma primordial que preenchia o espaço era tão quente que a luz não conseguia se propagar livremente, tornando o universo opaco. 

Imagem do universo aos 380 mil anos feitas pelo Telescópio Cosmológico do Atacama (ACT), no Chile
Imagem do universo aos 380 mil anos feitas pelo Telescópio Cosmológico do Atacama (ACT), no Chile (foto: Colaboração ACT; Colaboração ESA/Planck)

“Estamos vendo os primeiros passos para fazer as primeiras estrelas e galáxias”, explica a diretora do ACT e professora de Física Henry DeWolf Smyth na Universidade de Princeton, Suzanne Staggs. A pesquisadora destaca ainda a melhor resolução das imagens em relação às captadas pelo telescópio Planck e outros dispositivos anteriores. 

Os pesquisadores devem apresentar resultados do estudo na conferência anual da American Physical Society, na quarta-feira (19/3).

O estudo ajuda a responder perguntas sobre a origem do universo e entender a velocidade em que ele se expande. “Ao olhar para trás, para aquela época em que as coisas eram muito mais simples, podemos juntar a história de como nosso universo evoluiu para o lugar rico e complexo em que nos encontramos hoje”, diz comenta Jo Dunkley, rofessora de Física Henry DeWolf Smyth e Ciências Astrofísicas na Universidade de Princeton e líder de análise do ACT. 

As imagens também confirma a idade do universo: 13,8 bilhões. Segundo os pesquisadores, com o estudo, a incerteza dessa informação é de apenas 0,1%.

Gabriella Braz
postado em 18/03/2025 19:18