
Pesquisa com o Telescópio Cosmológico do Atacama (ACT), no Chile, captou imagens mais precisas dos primeiros anos do universo já registradas. Os registros mostram o universo cerca de 380 mil anos após a explosão do Big Bang. Considerando a idade do espaço cósmico atualmente, hoje na “meia-idade” com 13,8 bilhões de anos, é como se o registro mostrasse um “bebê universo”, com poucas horas de vida.
O momento da infância cósmica registrado na pesquisa é conhecido como fundo cósmico de micro-ondas (CMB). Esse é o estágio mais primitivo do universo passível de ser observado. Isso acontece porque, após o Big Bang, o plasma primordial que preenchia o espaço era tão quente que a luz não conseguia se propagar livremente, tornando o universo opaco.

“Estamos vendo os primeiros passos para fazer as primeiras estrelas e galáxias”, explica a diretora do ACT e professora de Física Henry DeWolf Smyth na Universidade de Princeton, Suzanne Staggs. A pesquisadora destaca ainda a melhor resolução das imagens em relação às captadas pelo telescópio Planck e outros dispositivos anteriores.
Os pesquisadores devem apresentar resultados do estudo na conferência anual da American Physical Society, na quarta-feira (19/3).
O estudo ajuda a responder perguntas sobre a origem do universo e entender a velocidade em que ele se expande. “Ao olhar para trás, para aquela época em que as coisas eram muito mais simples, podemos juntar a história de como nosso universo evoluiu para o lugar rico e complexo em que nos encontramos hoje”, diz comenta Jo Dunkley, rofessora de Física Henry DeWolf Smyth e Ciências Astrofísicas na Universidade de Princeton e líder de análise do ACT.
As imagens também confirma a idade do universo: 13,8 bilhões. Segundo os pesquisadores, com o estudo, a incerteza dessa informação é de apenas 0,1%.