Pesquisadores das universidades de Cambridge (Inglaterra) e de Fudan (China) analisaram como a solidão impacta na saúde física dos indivíduos e concluíram que um estado prolongado de isolamento pode trazer inúmeros prejuízos ao organismo.
Os cientistas observaram o comportamento de 2.290 proteínas para entender as relações entre as biomoléculas e os sentimentos de solidão. Eles descobriram que cinco proteínas estão mais presentes no cérebro de pessoas solitárias: CFRA1, ADM, FABP4, TNFRSF10A e ASGR1.
Essas macromoléculas estão relacionadas a processos inflamatórios e respostas imunológicas. Quando acionadas de forma crônica, podem prejudicar a saúde do indivíduo.
Ademais, as proteínas também estão ligadas a doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Ou seja, o excesso de solidão pode acarretar o sistema circulatório e o metabolismo, provavelmente aumentando o risco de paradas cardíacas e acidentes vasculares cerebrais.
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No entanto, a solidão afeta mais do que a atividade das proteínas. O cérebro de pessoas solitárias tende a responder de maneira diversa aos estímulos visuais — o que indica uma possível interrupção do processamento de recompensas e experiências sociais. Dessa forma, esse processo pode levar a um ciclo de ainda mais isolamento e deterioração da saúde.
Há, ainda, a possibilidade de os genes associados ao câncer e a outras doenças inflamatórias estarem conectados ao estado emocional do indivíduo. Outros estudos indicam que oito horas de solidão têm praticamente o mesmo efeito de oito horas sem comer: esgotamento de energia e aumento da fadiga.