O observatório europeu Copernicus confirmou, nesta sexta-feira (10/01), que 2024 foi o ano mais quente já registrado e o primeiro a exceder 1,5°C acima dos níveis pré-industriais para a temperatura média global anual. O limte é estabelecido pelo Acordo de Paris, que busca conter o aquecimento abaixo dos 2°C e prosseguir com os esforços para limitá-lo a 1,5°C.
Um ou dois anos que excedam 1,5°C o nível pré-industrial não significam que o Acordo de Paris tenha sido violado. No entanto, com a taxa atual de aquecimento em mais de 0,2°C por década, a probabilidade de violar essa meta dentro da década de 2030 é "altamente provável".
"A principal razão para essas temperaturas recordes é o acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera pela queima de carvão, petróleo e gás. À medida que os gases de efeito estufa continuam se acumulando na atmosfera, as temperaturas continuam aumentando, incluindo no oceano, os níveis do mar continuam subindo, e as geleiras e camadas de gelo continuam derretendo", explica Samantha Burgess, líder estratégica de clima em Copernicus.
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O observatório Copernicus destaca que as alterações climáticas provocadas pelos seres humanos são a principal causa das temperaturas extremas. “A humanidade está no comando do seu próprio destino. Ainda podemos mudar a trajetória, mas a ação deve ser rápida e decisiva", alerta Carlo Buontempo, diretor do serviço de mudanças climáticas.
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Em comunicado, o observatório europeu também destacou que diversos países passaram por "estresse térmico" no ano passado. "O calor pode levar a situações em que o corpo fica sob estresse por superaquecimento – e além da temperatura, outros fatores ambientais, como umidade, também podem impactar o estresse por calor. Índices de conforto térmico podem ser usados para representar o efeito do ambiente no corpo humano, e um desses índices é o Índice Climático Térmico Universal (UTCI), que considera temperatura, umidade, velocidade do vento, luz solar e calor emitidos pelos arredores, e como o corpo humano responde a diferentes ambientes térmicos", diz.
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