Na última terça-feira (14/1), a princesa de Gales, Kate Middleton, que trata um câncer desde o início de 2024, anunciou que a doença está em remissão. Em nota publicada em redes sociais, a antiga duquesa de Cambridge agradeceu aos profissionais de saúde que cuidaram dela no último ano, como paciente, e disse ser “um alívio” estar nesta fase.
Ao Correio, o oncologista Igor Morbeck, da Oncoclínicas Brasília, explica que o câncer em remissão, estágio em que se encontra a princesa, “é quando não há vestígio ou evidência de doença pelos métodos convencionais de avaliação de resposta aos tratamentos oncológicos”. Ou seja, quando exames laboratoriais e de imagem realizados no paciente têm resultados normais, ao serem comparados com os anteriores.
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Segundo Morbeck, a remissão pode ser total, quando não há mais nenhuma evidência de tumor; ou parcial, “quando eventualmente há uma redução em torno de 30%, 40%, 50% ou mais da doença inicial”.
“A remissão parcial é diferente de cura”, alerta o especialista. “A cura é um processo de uma remissão longa, de longo prazo, habitualmente acima de cinco anos.” Embora existam casos de retorno do câncer após esse prazo, Morbeck explica que eles se tornam “cada vez mais incomuns com o passar dos anos”.
Por isso, apesar de ser diferente de cura, a remissão “é um passo importante para cura”.
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Rotina de exames periódicos
A rotina de um paciente com câncer em remissão é “uma rotina de exames periódicos”, esclarece o oncologista. “No primeiro ano da remissão, habitualmente os exames são feitos a cada três meses; no segundo ano, a cada quatro meses; no terceiro ano, a cada seis meses; e depois, consecutivamente, (de forma) anual.”
É claro, porém, que cada caso é único e exige procedimentos diferentes, e esse intervalo pode ser maior ou menor a depender do risco. “Um ponto que é importante quando a gente fala na remissão é avaliar o prognóstico inicial da doença, ou seja, a chance daquele tumor ser bastante agressivo e retornar”, informa. “Tumores menos agressivos, com prognóstico melhor, têm uma chance de remissão completa contínua muito maior.”
Hábitos saudáveis de vida também se tornam importantes neste estágio. “Evitar obesidade, sedentarismo, fatores de risco, como etilismo, tabagismo, entre outros”, aconselha Morbeck. Uma alimentação adequada e rica em frutas, vegetais e fibras em geral também ajuda no processo. Segundo o especialista, esses alimentos são “protetores” e devem ser sempre escolhidos em detrimento de embutidos e processados, que devem ser evitados.
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