VIAGEM ESPACIAL

Pesquisa aponta alternativas para reduzir tempo de viagem a Alpha Centauri

Estudo publicado na Acta Astronautica aposta em feixes de elétrons relativísticos para reduzir viagem de 74 mil anos para décadas

Proxima Centauri, estrela mais próxima da Terra depois do Sol -  (crédito: ESA/Hubble & NASA)
Proxima Centauri, estrela mais próxima da Terra depois do Sol - (crédito: ESA/Hubble & NASA)

A busca por vida extraterrestre tem avançado à medida que estudos revelam mais detalhes sobre zonas habitáveis em outros sistemas. O povoamento de outro planeta, no entanto, tem outro desafio: como levar pessoas até a nova habitação. 

Com a velocidade da Voyager, sonda espacial estadunidense, uma viagem para o Alpha Centauri, sistema que orbita a Proxima Centauri, segunda estrela mais próxima da Terra, depois do Sol, demoraria 73 mil anos. Isso indica que, mesmo que cientistas descobrissem que o Proxima Centauri b, planeta na zona habitável da estrela, tem condições para ser o novo berço da humanidade, o caminho até o povoamento ainda seria longo. Por isso, estudos buscam mecanismos para aumentar a velocidade das sondas espaciais. 

Artigo publicado na Acta Astronautica no fim de 2024 traz avanços nas pesquisas sobre um método de impulsionar as naves e reduzir o tempo de viagem de dezenas de milhares de anos para décadas. Isso pode ser realizado, segundo os pesquisadores, utilizando feixes de elétrons relativísticos, jatos de elétrons que alcançam velocidade semelhante à da luz, para impulsionar as sondas.

Cálculos feitos no estudo apontam que esse propulsor pode ser capaz de fornecer energia para percorrer mais de 100 UA. Uma unidade astronômica (UA) equivale à distância média entre a Terra e o Sol, aproximadamente 149.597.870,7km. Com esse “empurrãozinho”, uma sonda de uma tonelada — massa da Voyager — pode continuar a se mover a cerca de 10% da velocidade da luz ao final da energia dos feixes, o que pode fazer com que a aeronave chegue à Alpha Centauri em pouco mais de 40 anos.

No entanto, ainda há uma série de dificuldades a serem contornadas. Entre elas, como converter esses feixes em energia e como mantê-los direcionados para a sonda. As questões se estendem à própria construção da sonda, como design, tamanho e peso, além de como fazer com que a aeronave receba essa energia sem ser danificada.

Gabriella Braz
postado em 07/01/2025 20:27
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