Uma nova equação indica ser capaz de prever — e evitar — a colisão de asteroides com a Terra. Desenvolvida por um professor da Universidade de Múrcia, na Espanha, a nova fórmula calcula com precisão o ângulo de curvatura gravitacional da luz (GBL), fenômeno que faz com que os corpos cósmicos por um objeto massivo estático, como o Sol e os planetas do sistema solar.
O GBL é um fenômeno em que o campo gravitacional gera uma curvatura dos raios luminosos emitidos pelos objetos. Essa curvatura provoca uma distorção, fazendo com que os corpos não estejam, de fato, onde aparentam estar no Universo. Com a nova equação, é possível estabelecer a localização exata de asteroides e objetos menores no sistema solar.
“Isso pode ter implicações no posicionamento preciso de estrelas distantes, bem como na localização correta de objetos menores do sistema solar, como asteroides, para uma melhor estimativa de suas órbitas exatas”, explica o professor Oscar del Barco Novillo, autor do estudo. “Como consequência, diferentes ramos da astronomia e da astrofísica, como a mecânica celeste ou a dinâmica estelar, podem se beneficiar deste novo resultado.”
O cálculo possibilita ainda em um rastreamento com mais precisão da Proxima Centauri, estrela mais próxima da Terra depois do Sol. Os avanços se estendem pelo campo da astrometria, área que envolve medições precisas das posições e movimentos de estrelas e outros corpos celestes, com a localização mais precisa de galáxias distantes.
A descoberta pode ainda auxiliar na missão Euclid, da Agência Espacial Europeia (ESA), que busca criar o maior mapa cósmico em 3D já produzido. Os resultados foram publicados na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, em outubro.