Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Stanford e Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, descobriu que os fofoqueiros têm vantagens evolutivas sobre os seus pares. Na pesquisa, foram considerados fofoqueiros aqueles que trocam informações pessoais sobre terceiros ausentes.
Os pesquisadores analisaram um modelo evolutivo da teoria dos jogos, que imita a tomada de decisão humana. Dessa forma, os cientistas puderam observar como os agentes, ou sujeitos de estudo virtuais, interagiam entre si e alteravam suas estratégias a fim de receber recompensas. O estudo foi publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
"Quando as pessoas estão interessadas em saber se alguém é uma boa pessoa para interagir, coletar informações por meio de fofocas pode ser muito útil", disse a Dana Nau, coautora da pesquisa, ao jornal Maryland Today.
Ao final da simulação, 90% dos agentes se tornaram fofoqueiros. De acordo com os pesquisadores, isso mostraria que as pessoas são mais propensas a cooperar na presença de um fofoqueiro conhecido, pois desejam proteger a própria reputação e evitar serem vítimas de fofocas.
Para os fofoqueiros, receber a cooperação de outra pessoa é uma recompensa por si só. "Esse benefício inspira outras pessoas a fofocar porque elas identificam que isso lhes proporciona uma recompensa", completa Dana Nau.
Ou seja, pela capacidade de influenciar o comportamento alheio e incentivar a cooperação, "os fofoqueiros têm uma vantagem evolutiva que perpetua o ciclo da fofoca e presta um serviço útil aos ouvintes", ressalta o estudo.
De acordo com o neurologista e diretor do Instituto de Neurologia de Buenos Aires, Alejandro Andersson, as pessoas que fazem fofoca têm maior atividade nas áreas do cérebro ligadas à empatia e à tomada de decisões. "Eles têm maior capacidade de compreensão da dinâmica social, inteligência emocional e capacidade de influenciar o comportamento dos outros", explicou ao jornal La Nación.
O neurologia destaca, porém, que a fofoca pode ter um lado prejudicial. Se realizada de forma excessiva e com intenções prejudiciais, ela leva à perda de confiança, à deterioração dos relacionamentos e a situações de estresse e ansiedade crônica.
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