O primeiro caso grave de gripe aviária em humano foi detectado nos Estados Unidos. Segundo informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) local, o paciente foi hospitalizado após apresentar complicações da doença. Até o momento, as autoridades registram um total de 61 casos no país, mas todos os outros foram leves.
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Ainda conforme o CDC, o novo paciente se expôs a aves doentes e mortas em uma fazenda. Os detalhes do caso, confirmado na última sexta-feira, não foram divulgados, e o prognóstico é desconhecido. O sequenciamento genético revelou que o vírus H5N1 do doente faz parte do genótipo D1.1, detectado recentemente em aves selvagens e domésticas nos Estados Unidos.
A cepa é a mesma encontrada em pessoas no estado de Washington, também nos Estados Unidos, e na província canadense da Colúmbia Britânica. O genótipo D1.1 é diferente do B3.13, que foi identificado em vacas-leiteiras e causou alguns surtos em aves e humanos com sintomas leves, como conjuntivite. Até o momento não foi detectado nenhum caso de transmissão entre humanos.
Preocupação
Conforme Marli Sasaki, infectologista do Hospital do Servidor Público Estadual, em São Paulo, a possibilidade de o vírus sofrer mutações que permitam a transmissão eficiente entre humanos é uma preocupação crescente.
"Essas alterações poderiam ocorrer com a infecção de mamíferos, como vacas e outros animais, aumentando as chances deo patógeno adquirir características que facilitem a transmissão para humanos. É importante ressaltar que a resistência emergente aos antivirais, juntamente com o desenvolvimento ainda em fase inicial de vacinas eficazes contra o vírus H5N1, agrava a preocupação de uma possível pandemia, por isso a necessidade de vigilância contínua em todos os setores", ressaltou Sasaki.
Segundo Thiago Morbi, infectologista do Hospital alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, desde 2003, foram registrados 874 casos humanos de gripe aviária, com 458 óbitos. "É uma doença com alta taxa de letalidade. Os sintomas iniciais geralmente incluem febre alta, tosse e dor de garganta, mas podem evoluir rapidamente para uma pneumonia grave e até mesmo para o óbito. Precisamos monitorar, e é isso que as instituições de saúde estão fazendo por meio da vigilância desses casos. Em algum momento, o vírus pode sofrer uma mutação, se isso acontecer, devemos estar preparados para adotar medidas que minimizem a transmissão e evitem a disseminação do vírus."
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