Uma das ferramentas diagnósticas mais conhecidas para detectar o câncer de próstata é o PSA (antígeno prostático cancerígeno), avaliado em um exame de sangue. O índice detecta alterações na próstata, mas, segundo o uro-oncologista André Berger, coordenador do Núcleo de Robótica do Hospital Moinhos de Vento (HMV), em Porto Alegre, e coordenador nacional de uro-oncologia do Grupo Oncoclínicas, é preciso cautela ao interpretar os resultados.
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“Níveis elevados podem ser causados por diferentes condições, como inflamações ou infecções. Até atividades físicas, como andar de bicicleta, podem impactar temporariamente os resultados", explica Berger. “Muitas vezes, homens que recebem um resultado elevado de PSA ficam preocupados, mas é importante lembrar que nem todo aumento está relacionado ao câncer”, destaca Berger.
Condições benignas, como HPB, que é um aumento natural da próstata com o avanço da idade, são causas comuns de elevação do PSA. A prostatite, que consiste na inflamação da próstata, também pode levar a alterações nos exames de sangue.
Conjunto
Segundo o médico, a interpretação do PSA elevado deve ser feita em conjunto com uma análise clínica abrangente. Se os níveis permanecem elevados mesmo após descartar outras condições benignas, pode ser necessário realizar investigações adicionais, como a ressonância magnética multiparamétrica ou a biópsia guiada.
“Se você recebeu um resultado de PSA elevado, não hesite em buscar uma consulta para uma análise detalhada e segura. Isso garante que qualquer decisão sobre tratamento seja tomada de forma responsável e embasada”, destaca André Berger. Ele lembra que homens, especialmente acima dos 50 anos, ou com histórico familiar de câncer de próstata, devem realizar exames preventivos regulares.
O médico explica ao Correio que o exame de PSA apresenta as taxas de PSA total e livre. “O total refere-se à soma de todas as formas de PSA na corrente sanguínea, incluindo tanto o PSA livre quanto o PSA ligado a outras proteínas”, diz. “O PSA livre é a fração do PSA que circula livremente no sangue, sem estar ligada a proteínas. Geralmente representa uma porcentagem menor do PSA total”, diz.
A proporção entre PSA livre e total pode ajudar a diferenciar entre condições benignas e malignas. “Em geral, uma baixa porcentagem de PSA livre em relação ao total pode ser um indicador de câncer de próstata”, observa André Berger. “Quando analisamos o PSA, devemos considerar o valor absoluto, a cinética (velocidade de aumento, porcentagem de PSA livre e densidade de PSA”, esclarece.
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