Cachorros podem detectar câncer na bexiga ao cheirar a urina de outros cães. Segundo a Universidade de Bristol, no Reino Unido, a doença gera um odor distinto que cães treinados podem perceber de forma rápida.
Cerca de um em cada quatro cães desenvolverá câncer durante a vida e a carcinoma urotelial canino é o câncer de bexiga mais comum, conforme o estudo. A doença pode se assemelhar a outros distúrbios do trato urinário e pode ser difícil de diagnosticar, visto que a coleta de uma amostra de urina por meio de uma agulha é desaconselhável porque pode causar a disseminação do tumor.
A semelhança com outras condições mais comuns também pode significar que os veterinários às vezes podem pensar que o quadro é uma infecção quando, na verdade, o cão pode ter câncer.
Para um diagnóstico definitivo, é necessária a histopatologia de uma amostra de biópsia, que é invasiva, cara e aumenta o tempo necessário para obter os resultados finais, o que pode atrasar o início do tratamento.
Sendo assim, três cães foram treinados para cheirar amostras de urina presas a suportes de metal. Eles foram recompensados com comida e brincadeiras tanto por indicar amostras-alvo positivas, quanto por procurar uma linha negativa sem uma indicação.
Claire Guest, cofundadora e diretora científica da Medical Detection Dogs, disse que já era conhecido que os cães podem detectar câncer em amostras humanas, então a equipe de pesquisa estava confiante de que os animais também seriam capazes de sentir o cheiro em amostras de outros caninos.
“Estamos muito felizes que eles tenham tido tanto sucesso em encontrar o odor do câncer de bexiga, pois é uma doença difícil de diagnosticar usando métodos tradicionais, além de desagradável e intrusiva para pacientes caninos", pontuou a especialista.
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“Quando são diagnosticados, a doença geralmente está avançada, então há um grande valor potencial em um novo teste de diagnóstico precoce, barato, rápido e não invasivo, que pode levar a oportunidades de intervenção mais precoce do que é possível atualmente", acrescentou Claire.
O estudo foi publicado no periódico Veterinary and Comparative Oncology e pode ser acessado na íntegra neste link.
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