CREDIBILIDADE

Fake news: algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras

Os resultados também revelam que a desconfiança e a credulidade estavam associadas a crenças conspiratórias, sobretudo quando o tema é saúde e a necessidade imunização via vacina

A dúvida e o questionamento estão associados ao pensamento conspiratório e à hesitação em relação, por exemplo, à vacina
 -  (crédito: Roman Kraft, Unsplash)
A dúvida e o questionamento estão associados ao pensamento conspiratório e à hesitação em relação, por exemplo, à vacina - (crédito: Roman Kraft, Unsplash)

Pessoas crédulas têm mais dificuldade de reconhecer notícias falsas (fake news) e, junto a adultos desconfiados, são mais suscetíveis a acreditar em conspirações e hesitar em relação à vacinação. É o que aponta um estudo publicado na revista PLOS Global Public Health, e liderado pelo University College London, no Reino Unido.

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Para esse trabalho, os pesquisadores realizaram dois estudos para avaliar a função da confiança epistêmica —a prontidão para considerar significativo, relevante e generalizável o que outra pessoa disse — na determinação da capacidade de reconhecer notícias falsas ou reais, e a suscetibilidade ao pensamento conspiratório.

Desconfiança

A equipe avaliou a desconfiança, que envolve a tendência de rejeitar ou evitar qualquer comunicação, e credulidade, em que a informação é recebida sem muita avaliação, o que deixa a pessoa suscetível à desinformação ou exploração.

Participaram dos ensaios 705 pessoas no primeiro e, 502 no segundo. Os voluntários preencheram questionários online. Os dados obtidos mostraram que indivíduos com alta credulidade tinham mais problemas para discernir notícias falsas e reais, e mais propensos a perceber informações falsas como verdadeiras e afirmar inverdades em relação à pandemia.

Os resultados também revelaram que a desconfiança e a credulidade estavam associadas a crenças conspiratórias, tanto de forma geral, tanto em relação à covid-19, e também, bem como à hesitação em relação à vacina. Apesar dos autores destacarem que não foi possível determinar relações causais, os achados sugerem que intervenções de saúde pública precisam abordar diretamente esses fatores.

Conforme os cientistas, o estudo buscou explorar processos sociocognitivos (sociais e cognitivas) associados a duas das questões mais urgentes da saúde pública global na era digital contemporânea: a disseminação alarmante de notícias falsas e a quebra da confiança coletiva em fontes de informação.

"O estudo buscou explorar processos sociocognitivos associados a duas das questões mais urgentes da saúde pública global na era digital contemporânea: a disseminação alarmante de notícias falsas e a quebra da confiança coletiva em fontes de informação. Nossa pesquisa busca explorar possíveis mecanismos psicológicos em ação na formação das respostas dos indivíduos às informações públicas", afirmam os cientistas.

Correio Braziliense
postado em 05/12/2024 06:00
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