CLIMA

Cientistas desvendam mecanismo de formação de chuvas na Amazônia

As partículas já haviam sido identificadas anteriormente, mas essa foi a primeira vez que cientistas conseguiram entender o mecanismo por completo

Essa descoberta foi importante, pois permite novos estudos mais complexos acerca de clima e tempo, e também melhorar a compreensão sobre o funcionamento do planeta -  (crédito: Mario Oliveira/MTUR)
Essa descoberta foi importante, pois permite novos estudos mais complexos acerca de clima e tempo, e também melhorar a compreensão sobre o funcionamento do planeta - (crédito: Mario Oliveira/MTUR)

A conceituada revista Nature publicou, nesta quarta-feira (4/12), um estudo que explica o mecanismo físico-químico responsável pela formação de chuvas na Amazônia, que impacta até mesmo o cenário climático global. Um grupo internacional de pesquisadores, com direito a destaque da participação de brasileiros, descobriu que esse fenômeno ocorre em decorrência da liberação do gás isopreno, que sai da vegetação até a parte da atmosfera acima da superfície terrestre.

Entre 8km e 15km de altitude, as temperaturas podem chegar a 60ºC negativos. Duas horas antes do nascer do sol, radicais hidroxila reagem com o gás, formando nitratos orgânicos. A radiação solar provoca reações com esse composto, e resulta na produção de nanopartículas de aerossóis que geram as nuvens.

A Floresta Amazônica libera diversos gases, conhecidos como compostos orgânicos voláteis, entre eles, o isopreno. Cientistas creem que, ao longo de um ano, são liberadas mais de 500 milhões de toneladas de isopreno, sendo pelo menos um quarto na Amazônia.

As partículas já haviam sido identificadas anteriormente, mas essa foi a primeira vez que cientistas conseguiram entender o mecanismo por completo, isso por que eles acreditavam que o isopreno sofreria reações e se degradaria antes de chegar às altitudes da atmosfera. Essa descoberta é importante porque abre caminho para novos estudos mais complexos acerca de clima e tempo, e também melhorar a compreensão sobre o funcionamento do planeta.

Experimento

O resultado foi obtido graças ao experimento CAFE-Brazil (sigla para Chemistry of the Atmosphere: Field Experiment in Brazil), que, em tradução livre, significa Química da Atmosfera: Experimento de campo no Brasil. Durante o experimento, foram realizados vários voos pela bacia amazônica a uma distância de 14km. O experimento durou cerca de um mês, entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, e chegou a um total de 136 horas de voo com 89 mil quilômetros analisados.

* Estagiária sob supervisão de Roberto Fonseca

Com informações da agência Fapesp

postado em 04/12/2024 15:31
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