MEDICINA

Cientistas brasileiros descobrem benefícios da fruta-do-conde para a saúde

A folha de fruta-do-conde, rica em palmatina, mostra potencial para tratar dor e inflamação. Estudo em animais indica que a substância alivia a dor crônica e a artrite

Segundo os pesquisadores, a fruta-do-conde é usada em diversos países com fins medicinais e é empregada na medicina popular para tratar dor e artrite -  (crédito: Marcos José Salvador/divulgação)
Segundo os pesquisadores, a fruta-do-conde é usada em diversos países com fins medicinais e é empregada na medicina popular para tratar dor e artrite - (crédito: Marcos José Salvador/divulgação)

Pesquisadores brasileiros descobriram que a fruta-do-conde, também conhecida como pinha, tem propriedades analgésicas, anti-hiperalgésica (combate à dor persistente) e antiartrítica e anti-inflamatórias significativas.

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A palmatina, um alcaloide presente nas folhas da planta, mostrou-se eficaz em modelos animais de doenças inflamatórias, como a artrite.

A descoberta representa um avanço significativo na busca por novas terapias para o tratamento da dor crônica e de doenças inflamatórias, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos mais seguros e eficazes.

Publicado na revista Pharmaceuticals, o trabalho reuniu pesquisadores das universidades Federal da Grande Dourados (UFGD), Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Estadual de Campinas (Unicamp) e Estadual Paulista (Unesp).

O grupo avaliou o extrato metanólico da planta (o metanol é usado como solvente e depois removido por evaporação, obtendo-se um extrato seco) e a palmatina.

Segundo os autores, a Annona squamosa (nome científico da fruta-do-conde) é usada em diversos países com fins medicinais e é empregada na medicina popular para tratar dor e artrite.

“Em vista disso, o objetivo do estudo foi investigar o potencial analgésico, antiartrítico e anti-inflamatório do extrato metanólico e da palmatina, obtidos a partir da Annona squamosa”, afirma Marcos José Salvador, professor titular do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp e coautor da pesquisa.

Os pesquisadores, então, passaram as folhas da planta por um processo de secagem, transformando em pó e extraindo as substâncias que seriam analisadas.

“O extrato metanólico e o alcaloide palmatina foram administrados oralmente em camundongos, sendo estudados em diferentes modelos experimentais, incluindo pleurisia (inflamação das pleuras, membranas que revestem os pulmões e a parede torácica) induzida por uma substância chamada carragenina; inflamação articular induzida por zimosana; e hiperalgesia mecânica (sensibilidade elevada a estímulos dolosos) induzida por TNF (fator de necrose tumoral, proteína sinalizadora produzida por células de defesa e que desempenha papel crucial na regulação da resposta imune)”, diz o texto de divulgação do resultado da pesquisa científica.

Com informações da Agência Fapesp

postado em 03/12/2024 12:28 / atualizado em 03/12/2024 12:28
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