Do nome de ex aos desenhos que não fazem mais sentido, passando pelas datas que já não remetem a um bom momento, tudo que está gravado na pele pode ser apagado. Ainda bem, pois Leandro de Souza, um fotógrafo que mora em Bagé, município do Rio Grande do Sul, possuía 95% do corpo coberto por tatuagens. Com mais de 170 tatuagens feitas ao longo de duas décadas, o homem ‘mais tatuado do Brasil’ mostrou no último fim de semana o resultado da terceira sessão de remoção das tatuagens faciais.
O fotógrafo fez a primeira tatuagem aos 13 anos de idade por inspiração em bandas de rock. Com o tempo passou a usar drogas, como LSD, ecstasy e bebidas alcoólicas, mas após se tornar evangélico, há cerca de dois anos, resolveu mudar de vida também no exterior. “Dói muito. Por mais que coloquem anestesia, é horrível a dor. Mas isso é parte do preço das coisas que fiz no passado”, disse Leandro nas redes sociais após decidir iniciar a remoção das tatuagens.
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A decisão, segundo ele, visa não apenas uma mudança física, mas um ressurgimento espiritual e pessoal. Leandro tem mostrado todo o processo em sua rede social.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por Hell Tattoo - Giancarlo Pincelli - Tattoo Removal (@helltatto)
De acordo com a médica pós-graduada em dermatologia Nicolly Machado, o processo de remoção é desconfortável. São necessárias várias sessões e alguns cuidados para evitar danos à pele. “O laser usa uma luz com um comprimento de onda específico que, ao ser direcionada para a tatuagem, quebra a tinta em pequenas partículas eliminadas naturalmente pelo corpo. Com as tecnologias mais recentes, é possível que a pele fique limpa, sem marcas ou vestígios do desenho original”.
Remoção de tatuagem
O processo de remoção de tatuagens não é algo totalmente novo, principalmente no Brasil, que, de acordo com um estudo realizado pela PraPly, plataforma de idiomas online, é o segundo país que mais realiza esse tipo de tratamento em todo o mundo. “Hoje, até mesmo as tatuagens coloridas, com pigmentos que anteriormente eram muito difíceis de serem reconhecidos pelos lasers, como o verde claro, azul, laranja e vermelho, agora já podem ser removidos com as tecnologias modernas de picossegundos”, informa o dermatologista Abdo Salomão Jr..
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"Geralmente, o desejo do paciente em remover um desenho é fruto de arrependimentos de ‘erros juvenis’ ou tatuagens que envelheceram muito e principalmente eliminar alguma memória que esteja cravada na pele", explica.
De acordo com o dermatologista, é muito incomum que o paciente fique com uma cicatriz na região, a menos que ela já existisse antes da tatuagem. Nesse caso, há o uso de outros lasers para melhorar a cicatriz pré-existente. “Após o procedimento de remoção da tatuagem, aplicamos uma espessa camada de pomada cicatrizante na área tratada”.
Após o procedimento, o paciente deve seguir algumas recomendações, como:
- Evitar saunas, piscina e banheiras
- Após 48 horas, a área pode ser molhada mas não deve ser esfregada
- Recomenda-se o uso de sabonete neutro
“A preocupação mais importante é não expor a área ao sol e após a cicatrização, que é algo muito individual, usar sempre filtro solar na região, para não manchar. De qualquer maneira, é importante enfatizar que esse é um procedimento dermatológico, então procure sempre um médico para realizá-lo”, recomenda Abdo.