Cientistas encontraram restos mortais de 16 indivíduos, com cabeças maiores do que a de neandertais e dos homo sapiens, crânios largos e dentes grandes. Os fósseis resultaram na revelação de uma nova espécie humana, extinta há 200 mil anos na China, nomeada de homo juluensis. O estudo foi publicado na revista Nature, feito pelo departamento de antropologia da Universidade do Hawai'i at Manoa, em Honolulu, nos Estados Unidos, e pode ser lido na íntegra neste link.
Também foram encontrados milhares de artefatos, ferramentas de pedra e ossos de animais junto dos fósseis. Os pesquisadores apontam que a espécie humana era formada por caçadores que criavam roupas a partir de peles de animais. Os cientistas indicam que eles viviam em pequenos grupos, que desapareceram quando os humanos modernos migraram para a Europa e a Ásia, há 120 mil anos.
Apesar dos crânios serem maiores que os de neandertais e de homo sapiens, os cientistas alertam que a diferença de tamanho não significa necessariamente que a espécie era mais inteligente que os humanos modernos.
Os pesquisadores ficaram intrigados, principalmente, com o tamanho dos dentes, que foram comparados com os de outro grupo de humanos arcaicos, os ainda misteriosos denisovans — descobertos na Sibéria em 2008.
Foi feita uma comparação das superfícies de mordida de ambas as espécies, resultando na descoberta de que a superfície dos molares era "quase exatamente a mesmas". A argumentação é de que denisovans não é uma espécie própria, mas uma população geral de povos antigos que, provavelmente, pertence ao homo juluensis, com base nas semelhanças.
“O registro do leste asiático está nos levando a reconhecer o quão complexa é a evolução humana de forma mais geral e realmente nos forçando a revisar e repensar nossas interpretações de vários modelos evolucionários para melhor corresponder ao crescente registro fóssil", informou Christopher Bae, professor de antropologia na Universidade do Havaí e um dos cientistas que nomearam a nova espécie, em uma declaração ao South China Morning Post.
Com base nas ferramentas de pedra, artefatos e ossos de animais, acredita-se que a espécie vivia de cavalos selvagens e comiam o animal no sítio Xujiayao, onde os fósseis foram encontrados. Eles teriam acesso total à carne, à medula e à cartilagem.
*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes