ALIMENTAÇÃO

Consumo de ultraprocessados aumenta risco de provocar psoríase ativa

Apesar de ajustes para diversos fatores — como idade, sexo, comorbidades, tabagismo e mais —, os resultados permaneceram significativos

Consumo de alimentos ultraprocessados é associado a várias doenças — como diabetes tipo 2, câncer, doença cardiovascular e doença inflamatória intestinal -  (crédito: Freepik)
Consumo de alimentos ultraprocessados é associado a várias doenças — como diabetes tipo 2, câncer, doença cardiovascular e doença inflamatória intestinal - (crédito: Freepik)

Um estudo publicado nesta quarta-feira (27/11) revela que há uma relação entre a alta ingestão de alimentos ultraprocessados e o diagnóstico de psoríase ativa. Mesmo com ajustes para idade, índice de massa corporal (IMC), ingestão de álcool e comorbidades, os pesquisadores apontam resultados significativos de que alimentos ultraprocessados têm uma ação pró-inflamatória separada do alto IMC.

O consumo de alimentos ultraprocessados é associado a várias doenças — como diabetes tipo 2, câncer, doença cardiovascular e doença inflamatória intestinal. Porém, a relação entre os alimentos com a psoríase ativa permaneceu inexplorada.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, a psoríase é uma doença autoinflamatória da pele. Ela é comum, crônica e não contagiosa. Os sintomas costumam desaparecer e reaparecer periodicamente — sendo eles manchas vermelhas com escamas secas, manchas brancas ou escuras após melhora das lesões avermelhadas, pele ressecada e rachada, coceira, queimação, dor, unhas grossas, descoladas, amareladas e com alterações na forma, inchaço e rigidez nas articulações.

Para a pesquisa, um questionário de autodiagnóstico validade foi disponibilizado para classificar os participantes, maiores de 15 anos, pelo estado de psoríase — se o individuo nunca teve, é não ativo ou apresenta a doença na forma ativa. A ingestão de alimentos ultraprocessados foi dividida em três níveis — variando de ingestão mínima (1) até a máxima (3).

O processo foi ajustado para idade, sexo, nível educacional, tabagismo, atividade física, índice de massa corporal, consumo de álcool, número de registros alimentares concluídos e comorbidades — sendo elas depressão, câncer, doença cardiovascular, diabetes, hipertrigliceridemia, doença inflamatória intestinal e reumatismo inflamatório). Apesar dos ajustes, os resultados permaneceram significativos.

Os casos de psoríase foram autorrelatados e as pessoas que participaram do estudo — que se diferem da população geral francesa, com hábitos alimentares mais saudáveis — são limitações do estudo, que podem levar até a uma classificação incorreta, segundo os pesquisadores. Porém os modelos utilizados para a pesquisa também foram ajustados para esses fatores, a fim de minimizar confusões com os resultados. O artigo do estudo afirma que ainda é necessário mais estudos em larga escala para investigar o papel do consumo de alimentos ultraprocessados no início da psoríase.

Clique aqui e leia o artigo original do estudo publicada no Jama Dermatologia.

* Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca

postado em 27/11/2024 15:32
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