Chamado de hormônio do estresse, o cortisol, em excesso, também está associado à impulsividade e à sensação de tédio, segundo um estudo publicado na revista Physiology & Behavior. Os autores, do Instituto Canadense de Pesquisa sobre o Uso de Substâncias, descobriram que os participantes com alto traço de impulsividade relataram maiores níveis de tédio após uma tarefa considerada chata.
Embora essa descoberta fosse esperada, a pesquisa também constatou que esses indivíduos experimentaram uma reação fisiológica específica, ao liberar mais cortisol. “Nossas descobertas lançam luz sobre os fundamentos biológicos de por que alguns indivíduos, especialmente aqueles com alta impulsividade, consideram o tédio mais estressante do que outros”, disse, em nota, James Clay, principal autor da pesquisa.
Personalizadas
Segundo Clay, a descoberta “abre novos caminhos para o desenvolvimento de abordagens personalizadas para reduzir o estresse e melhorar a saúde mental, especialmente para aqueles que lutam com o controle dos impulsos e com as consequências negativas do tédio”.
A médica brasileira Deborah Beranger ensina estratégias para reduzir os níveis de cortisol. “O exercício físico ajuda, aliado a uma boa alimentação, com boa oferta de nutrientes. Tentar dormir entre 8 e 9 horas por dia, fazendo a chamada higiene do sono, que consiste em minimizar o uso de telas e luzes artificiais antes de dormir, pode reduzir os níveis de cortisol e adrenalina. Além disso, é importante cuidar da saúde mental e ter o compromisso de buscar mais atividades prazerosas durante os dias e finais de semana”, finaliza.