Óleo essencial

Dor e estresse melhoram com aromaterapia, mostram pesquisas

Considerada no passado uma "pseudociência", a aromaterapia é reabilitada por estudos publicados em importantes revistas científicas, que associam a prática complementar a melhorias do estresse físico e mental, além da redução da dor

Hortelã-pimenta: óleo essencial foi associado ao alívio da dor em estudo  -  (crédito: José Garrido/Divulgação)
Hortelã-pimenta: óleo essencial foi associado ao alívio da dor em estudo - (crédito: José Garrido/Divulgação)

Cansado ou com dor? Experimente a aromaterapia. Prática terapêutica complementar, a abordagem começa a ganhar apoio da comunidade científica, graças a novos estudos que demonstram a sua eficácia, especialmente para ajudar a combater estresse, cansaço físico e mental, além de dor. 

Uma pesquisa publicada na prestigiada revista médica BMJ Supportive & Palliative Care demonstrou que o uso do óleo essencial de hortelã-pimenta pode aliviar a intensidade da dor após a cirurgia cardíaca aberta, além de melhorar a qualidade do sono. 

Segundo os autores, da Universidade de Ciências Médicas de Kashan, no Irã, o alívio da dor permite que os pacientes se recuperem mais rapidamente e pode reduzir o risco de complicações pós-operatórias. No artigo, eles lembram que a sensação dolorosa e os medicamentos opioides usados para tratá-la podem aumentar o tempo de internação hospitalar e os custos para os sistemas de saúde. 

Hortelã-pimenta

O estudo foi realizado com um pequeno grupo de 64 adultos, divididos entre tratamento e placebo. Aqueles que inalaram 0,1 ml de óleo essencial de hortelã-pimenta 30 minutos antes da remoção do tubo respiratório, mantendo a prática complementar até a segunda noite após o procedimento, pontuaram menos em uma escala que mede a qualidade do sono. Eles também precisaram de menos prescrições de medicamentos para a dor. 

Segundo os pesquisadores, os principais componentes do óleo de hortelã-pimenta – carvona, limoneno e mentol – podem ser fundamentais para o alívio da dor, particularmente o mentol. “A aromaterapia estimula o sistema olfativo do cérebro, que tem conexões no sistema límbico, responsável pelas emoções, memórias e  regulação do corpo”, explicou ao Correio o neurologista Shaheen Lakhan, diretor médico e científico da companhia Click Therapeutics, nos Estados Unidos. “Na verdade, além das reduções nos sentimentos de estresse e ansiedade, a aromaterapia altera muitas reações do corpo, como pulso, pressão arterial, temperatura da pele e dor.” 

"Aromas naturais específicos são conhecidos por seus efeitos sobre a mente e o corpo”, conta a aromaterapeuta e especialista em neurociência Daiana Petry. “Esses óleos são difundidos no ambiente ou aplicados diretamente na pele (diluídos), e promovem alívio de sintomas relacionados ao cansaço e ao estresse. Estudos científicos recentes têm mostrado que os benefícios vão além da sensação de bem-estar, mas também atuam diretamente no sistema nervoso e na resposta do organismo ao esgotamento”, revela a fundadora da empresa brasileira Harmonie Aromaterapia. 

 

postado em 18/11/2024 14:41
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