Mar da Galileia

Milagre da multiplicação de peixes pode ter explicação científica, diz estudo

Pesquisa sugere que o milagre da multiplicação de peixes possa estar relacionado a um fenômeno natural das águas

Milagres de Jesus relacionados a peixes são descritos nos evangelhos de Lucas e João -  (crédito: Reprodução/Pela Fé Católica)
Milagres de Jesus relacionados a peixes são descritos nos evangelhos de Lucas e João - (crédito: Reprodução/Pela Fé Católica)

Um artigo publicado na revista Water Resources Research, em 24 de outubro, sugere uma explicação científica por trás do milagre da multiplicação dos peixes realizado por Jesus, segundo a Bíblia.

O evento aparece duas vezes no Novo Testamento, nos evangelhos de Lucas e de João. Na primeira história, Jesus alimentou cinco mil pessoas com apenas cinco pães e dois pequenos peixes. Em outra ocasião, os apóstolos tentavam pescar sem êxito, até que Jesus disse para tentar um último lançamento, que rendeu uma rede cheia de peixes.

O grupo de cientistas ambientais responsável pelo novo artigo estudou o fenômeno da mortandade natural dos animais do Lago Kinneret, que se acredita ser o Mar da Galileia dos tempos bíblicos.

A pesquisa sugere que os milagres possam estar relacionados a um fenômeno natural das águas. "Notavelmente, hoje em dia, eventos de mortandade de peixes acontecem no mesmo local do lago onde o Milagre dos Pães e Peixes e presumivelmente a Pesca Milagrosa ocorreram dois milênios antes do presente", apontam os especialistas.

A equipe usou sensores de temperatura e dispositivos de medição de nível de oxigênio para analisar o Lago Kinneret, localizado no Bale do Rift do Jordão. Foi testada também a velocidade e a direção do vento, bem como foram ouvidos relatos modernos sobre a mortandade dos peixes na região.

O Mar da Galileia, conforme descobriram os pesquisadores, é naturalmente estratificado. Ou seja, ele tem um nível inferior frio, com baixo índice de oxigênio, e uma camada superior mais quente e oxigenada. É nesta última em que vivem os peixes.

Quando os ventos são muito fortes, as águas dos dois níveis se misturam, percebeu a equipe. Nesses casos, o oxigênio se dissipa e sobram poucas moléculas para a respiração dos animais, que morrem e flutuam para a superfície. Esse evento pode acontecer em outros locais, apesar de pouco frequentes.

Quem está na praia ou em um barco enxerga uma grande quantidade de animais subindo lentamente para a superfície do lago, facilitando a captura. Em uma época em que as pessoas sofriam de fome, o fenômeno natural pode ter sido visto como milagre.

postado em 08/11/2024 21:11
x