HISTÓRIA NATURAL

Descoberta revela caça de elefantes gigantes na Índia há 400 mil anos

Os fósseis são de três parentes antigos de elefantes que morreram perto de um rio no Vale da Caxemira, no sul da Ásia, há aproximadamente 300 a 400 mil anos atrás

Pesquisadores do Museu de História Natural da Flórida encontraram fósseis de elefante em um sítio da cidade de Pampore, na Índia, que mostram as primeiras evidências de abate de animais no país. Os estudos indicam que os primeiros humanos golpeavam os ossos dos elefantes para extrair a medula. 

Os fósseis são de três parentes antigos de elefantes que morreram perto de um rio no Vale da Caxemira, no sul da Ásia, há aproximadamente 300 a 400 mil anos atrás. Pouco tempo depois, eles foram cobertos por sedimentos e preservados junto com 87 ferramentas de pedra feitas pelos ancestrais dos humanos modernos.

Os restos mortais desses animais foram descobertos pela primeira vez em 2000, perto de Pampore, mas a identidade dos fósseis, a causa da morte e as evidências de intervenção humana permaneciam desconhecidas. 

Pesquisadores descreveram que os ossos pertencem ao gênero extinto de elefantes Palaeoloxodon, cujos membros pesavam o dobro do peso dos elefantes africanos de hoje. Na extração de medula, os cientistas descobriram que provavelmente foram usadas ferramentas de pedra feitas com basalto, um tipo de rocha não encontrada na área local. 

Os paleontólogos acreditam que as matérias-primas foram trazidas de outro lugar antes de serem totalmente lascadas, ou moldadas, no sítio. Com base no método de construção, eles concluíram que o sítio e as ferramentas tinham de 300 a 400 mil anos.

Anteriormente, as primeiras evidências de açougue na Índia datavam de menos de 10 mil anos. "Pode ser que as pessoas não tenham olhado com atenção o suficiente ou estejam coletando amostras no lugar errado", explicou Advait Jukar, curador de paleontologia de vertebrados do museu. "Mas até agora, não houve nenhuma evidência direta de humanos se alimentando de animais grandes na Índia."

Para o estudo já estava claro que os primeiros humanos exploravam a carcaça dos elefantes, mas não havia evidências diretas de caça, como pontas de lança alojadas nos ossos. Sendo assim, os homens poderiam ter matado o elefante ou encontrado o animal depois de morrer de causas naturais. 

Porém, considerando que os homens comem carne há milhões de anos, Jukar suspeita que há mais evidências de abate que ainda não foram encontradas. "O que eu percebi depois de muitos anos é que você só precisa de muito mais esforço para ir e encontrar os sítios, e você precisa essencialmente pesquisar e coletar tudo", disse. "Antigamente, quando as pessoas coletavam fósseis, elas coletavam apenas os bons crânios ou ossos de membros. Elas não coletavam todos os ossos quebrados, o que pode ser mais indicativo de lascas ou quebras feitas por pessoas."

Os estudos foram publicados nos jornais científicos Quaternary Science ReviewsJournal of Vertebrate Paleontology

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