O dispositivo intrauterino (DIU) pode ser inserido em qualquer momento da vida reprodutiva, inclusive em mulheres que não tiveram filhos, desde que esteja descartada a possibilidade de gravidez. Segundo o Ministério da Saúde, o método contraceptivo tem eficácia acima de 99% — índice maior ao da pílula anticoncepcional e equivalente à laqueadura. "É um método que a gente considera altamente eficaz, tanto o de cobre quanto o hormonal", frisa a ginecologista Marcelle Domingues Thimoti ao Correio.
O DIU com cobre pode ser utilizado por até 10 anos. O cobre tem ação espermaticida, ou seja, destrói os espermatozóides, impedindo sua penetração no útero. Já o DIU com hormônio libera a progesterona no útero gradualmente por cinco anos. Esse hormônio altera a secreção do colo uterino, impedindo a penetração dos espermatozóides.
"O DIU provoca mudanças no endométrio pela liberação de íons de cobre na cavidade uterina, levando a uma ação inflamatória e citotóxica com efeito espermicida, ou seja, impede a passagem dos espermatozoides, agindo antes da fecundação. Também aumenta a concentração de cobre no muco cervical, ocasionando uma dificuldade de mobilidade para os espermatozoides, e causa alteração de mecanismos das trompas, o que dificulta a movimentação do óvulo em direção ao útero e à fecundação", explica o Ministério da Saúde.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia destaca que o uso de DIU é reversível, ou seja, pode ser interrompido se houver o desejo pela maternidade. Quando retirados, ocorre o retorno rápido da fertilidade pré-existente, não importando por quanto tempo a pessoa utilizou o método.
Contraindicações para a inserção do DIU:
- Gestação;
- Prolapso uterino total;
- Câncer do colo do útero e câncer de endométrio;
- Imunodepressão grave pelo HIV (AIDS nos estágios clínicos 3 e 4);
- Trombocitopenia severa e outros distúrbios graves da coagulação;
- Período compreendido entre 48 horas e 1 mês pós-parto;
- Sangramento uterino anormal de origem desconhecida;
- Doença trofoblástica gestacional em tratamento;
- Distorções da cavidade uterina congênitas (malformações uterinas) ou adquiridas (miomas, pólipos, estenose do colo uterino) quando estas impedem a introdução ou a permanência do DIU no interior da cavidade uterina;
- Identificação ao exame físico de sinais sugestivos de cervicite, doença inflamatória pélvica aguda, endometrite crônica ou tuberculose pélvica. A inserção do DIU pode ser realizada imediatamente após o término do tratamento dessas afecções;
- Alergia ao cobre;
Para colocar o dispositivo intrauterino é necessário que a mulher não apresente nenhum sinal ou sintoma de gravidez. A inserção do DIU é feito por profissionais de saúde. Veja os critérios:
- Essa inserção pode ser feita durante a menstruação ou até 7 dias após o início da menstruação normal;
- Não ter tido relações sexuais desde o início da última menstruação normal;
- Ter usado corretamente e consistentemente um método confiável de contracepção;
- Menos de 7 dias após um abordo espontâneo ou induzido;
- Dentro de 4 semanas no pós-parto; ou
- Estar em aleitamento materno exclusivo ou quase exclusivo, em amenorréia e antes de 6 meses pós-parto.
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