Juliana de Sousa Batista Braga, neurologista do Hospital Anchieta, em Brasília

Como a poluição do ar contribui para a incidência de AVC?

Existem diversas teorias sobre o efeito dos poluentes na contribuição para o AVC, tanto a curto quanto a longo prazo. Acredita-se que eles levam a uma resposta inflamatória sistêmica no organismo, aumentando a chance de formação de coágulos e também a vulnerabilidade para formação de placas ateroscleróticas, além de contribuir para a constrição dos vasos e alteração no ritmo cardíaco.

De que forma as políticas de saúde pública podem ser ajustadas para abordar a carga crescente de AVC entre os mais jovens?

Por se tratar de pessoas jovens, elas estão sujeitas a passar por muitos anos com incapacidade (DALY) se vitimadas pela doença. Essa faixa etária deve ser o foco das políticas públicas em saúde. Deve ser feito o rastreio dos fatores de risco. O uso mais amplo de plataformas móveis e de telessaúde baseadas em evidências pode ser de grande valia juntamente com soluções pragmáticas para abordar as lacunas na prestação de serviços relacionados ao atendimento de um caso de AVC em fase aguda e na recuperação. No Brasil, temos um aplicativo gratuito chamado Riscômetro de AVC, que disponibiliza acesso a informações sobre prevenção e cálculo do risco de ter o problema.

 

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