A Organização Meteorológica Mundial (WMO), agência especializada da ONU, anunciou na última quarta-feira (11/9) que há 60% de chances de que o fenômeno climático La Niña ocorra ainda esse ano, resfriando as águas do Pacífico Equatorial e causando impacto nos padrões climáticos ao redor do mundo. A previsão é de que as regiões mais ao Norte e Nordeste do Brasil passem por um período de muita chuva, enquanto calor e seca se tornam presentes na região Sul.
Em 22 de setembro, a primavera se inicia no Brasil. O período se caracteriza pelo aumento gradual das chuvas e do calor, tendo como exceção o Nordeste — onde o clima continua seco e as temperaturas altas. O fenômeno climático está previsto para começar entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025.
Com o La Niña, a região Nordeste passaria por uma mudança, como ocorreu entre julho de 2020 e fevereiro de 2023, quando o fenômeno provocou fortes chuvas em diversos municípios ao sul da Bahia. Durante esse período, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul passaram por uma seca que causou o esvaziamento de reservatórios de água.
O La Niña está previsto para iniciar durante o período de transição do El Niño, fenômeno que causa aquecimento nas águas superficiais do Pacífico. No Brasil, o El Niño costuma provocar secas extremas, elevação nas temperaturas e chuvas fortes em determinadas regiões.
A ONU alertou que, mesmo com as chuvas e o resfriamento causado pelo La Niña, o mundo continuaria passando pelo aquecimento global, quando gases do efeito estufa intensificam eventos climáticos extremos.
*Estagiário sob a supervisão de Mariana Niederauer