ARTEFATO

Selo encontrado em Israel indica existência de guerreiro bíblico

Com cerca de 2.700 anos, relíquia coincide com a época do "Primeiro Templo" em Jerusalém. O dono da peça seria Joeser, citado na bíblia como guerreiro de Davi

Autoridades de Antiguidades de Israel (IAA) e do Parque Arqueológico da Cidade de Davi anunciaram a descoberta de um selo gravado em uma rocha em Jerusalém, através das escavações junto a Universidade de Haifa. O selo pode ser a prova da existência de um guerrilheiro do rei Davi, personagem bíblico.

A relíquia pode ter cerca de 2.700 anos, coincidindo com a época da existência do "Primeiro Templo". Uma inscrição em hebraico do Paleolítico foi encontrada no artefato, o que apontaria a existência do guerrilheiro de Davi. No centro do selo, há um ser de cabelos longos e com um chapéu ou coroa, tendo a palma aberta no braço levantado a frente. A figura tem asas e utiliza roupas listradas.

Detalhes do selo bíblico

Ao observar a inscrição, o dono do selo poderia ser o filho de Hosh'ayahu, alto oficial do Reino de Judá. É possível ler "LeYeho'ezer ben Hosh'ayahu" em ambos os lados, que ao traduzir significa "Pertencente a Yeho'ezer, filho de Hosh'ayahu". Por ser uma figura de autoridade, a escolha mítica teria como objetivo transmitir admiração ou temor.

Pesquisadores determinaram que o objeto era utilizado para assinar documentos, dado à gravação feita de forma espelhada, e como amuleto, por causa de um pequeno furo que poderia ser usado para pendurar uma corrente.

Arqueólogos israelenses teorizam que Yeho'ezer herdou o selo após a morte do pai, sendo ele o responsável pelos nomes inscritos. Após procurarem pelo nome, pesquisadores encontraram uma abreviatura em uma passagem bíblica. Em 1 Crônicas 12:1-7, Joeser — tradução do nome “Yo’ezer” para o português — é apresentado como um dos guerreiros do rei Davi. Outra passagem que o citaria se encontra em Jeremias 43:2, com o nome sendo apresentado em ordem inversa: "Azariah ben Hosh'aya".

Com o achado, cientistas apontam que a Jerusalém daquela época era um lugar multicultural e que pessoas fora da elite poderiam possuir a habilidade de escrever, pelo menos para fins de comércio.

*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes

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