Alimentação

Cientistas alertam que maioria dos alimentos infantis não é saudável

Pesquisadores do George Institute for Global Health analisaram 651 produtos comercializados nos supermercados norte-americanos e constataram que a maioria dos fabricantes mente na embalagem

Apesar dos índices nutricionais, os alimentos para bebês e crianças tiveram aumento de 900% nas vendas nos últimos 13 anos -  (crédito: Peter Bond/Unsplash)
Apesar dos índices nutricionais, os alimentos para bebês e crianças tiveram aumento de 900% nas vendas nos últimos 13 anos - (crédito: Peter Bond/Unsplash)

Mais de 60% de alimentos para crianças e bebês comercializados em mercados e lojas nos Estados Unidos não atendem às recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde e não são saudáveis, de acordo com pesquisa publicada nesta quarta-feira (21/8) no periódico científico Nutrients.

Pesquisadores do George Institute for Global Health analisaram 651 produtos comercializados nos supermercados americanos. Entre os itens, 70% não tinham a quantidade de proteína necessária para o desenvolvimento dos bebês. Cerca de 40% excede a quantidade de açúcar recomendada.

Apesar dos índices nutricionais, os alimentos para bebês e crianças tiveram aumento de 900% nas vendas nos últimos 13 anos. Segundo a pesquisadora Elizabeth Dunford, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), muitos pais dão esses produtos aos filhos por serem mais convenientes e práticos.

"Pais apressados escolhem cada vez mais esses produtos convenientes, sem saber que eles têm menos nutrientes para o desenvolvimento de seus filhos, achando que eles são mais saudáveis do que são de fato", explica a especialista.

Com relação às embalagens, o estudo revelou que 99,4% dos produtos tinham pelo menos uma frase mentirosa na embalagem. Entre as mais comuns estão "não geneticamente modificado" (70%), "orgânico" (59%), "sem BPA" - Bisfenol A (37%) e "sem cores/sabores artificiais" (25%).

"A falta de regulação nesta área deixa a porta aberta para a indústria de alimentos enganar pais ocupados", defende Daisy Cole, pesquisadora do George Institute.

O mais preocupante de tudo é que a alimentação na primeira infância tem impactos na vida toda, aponta Dunford. "A primeira infância é um período crucial de rápido crescimento e em que se formam as preferências de gosto e hábitos alimentares, potencialmente abrindo caminho para o desenvolvimento de doenças crônicas como obesidade, diabetes e alguns cânceres ao logo da vida", declara.

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postado em 21/08/2024 18:13 / atualizado em 21/08/2024 18:14
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