SAÚDE

Mpox: tudo o que você precisa saber sobre a doença

Os principais sinais da mpox são cansaço, febre, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, ínguas, bolhas ou feridas na pele

A doença é conhecida por causar feridas na pela e a transmissão ocorre por contato (beijos, abraços, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias ou bolhas na pele da pessoa infectada -  (crédito: ERNESTO BENAVIDES / AFP)
A doença é conhecida por causar feridas na pela e a transmissão ocorre por contato (beijos, abraços, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias ou bolhas na pele da pessoa infectada - (crédito: ERNESTO BENAVIDES / AFP)

Pela segunda vez em dois anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox uma emergência global. Em 2024 foi registrado um aumento de casos de 160% em países africanos. No Brasil, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis até o momento — número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no país. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.

O que é Mpox?

A doença é conhecida por causar feridas na pele e a transmissão ocorre por contato (beijos, abraços, relação sexual) com secreções infectadas das vias respiratórias ou bolhas na pele da pessoa infectada e também com o compartilhamento de objetos contaminados com fluidos do paciente ou materiais da lesão.

Os principais sinais do mpox são cansaço, febre, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, ínguas, bolhas ou feridas na pele. Em caso de suspeita da doença, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde e evitar o contato com outras pessoas.

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. As feridas tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.

Quando a doença foi descoberta?

mpox foi descoberta em humanos em 1970 na atual República Democrática do Congo (antigo Zaire), com a difusão de um subtipo clade I. O contágio se dava por contato com animais. 

Em 2022, uma epidemia global, causada pelo subtipo Clade 2, espalhou por diversos países e causou cerca de 140 mortes em um total de 90 mil casos.

Há tratamento?

Não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas, além de prevenir sequelas em longo prazo.

"Fique atento à piora dos sintomas ou aumento da quantidade de bolhas e feridas no corpo, além de problemas nos olhos, como inchaço e conjuntivite", recomenda o Ministério da Saúde.

"Não há motivo de alarme, mas de alerta"

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a criação de um Comitê de Operação de Emergência para adotar medidas de enfrentamento à doença e afirmou que não há motivo de alarme, mas sim de alerta.

"Já estávamos acompanhando, tivemos reunião de especialistas, há duas semanas, desde que começaram os casos, e essa possibilidade de disseminação da doença, e vamos analisar as questões como vacina. Não há motivo de alarme, mas de alerta", disse Nísia em evento oficial no Palácio do Planalto, na quarta-feira (14/8). 

Mudança de nome

A doença mpox ficou popularmente conhecida como varíola do macaco. Em maio de 2022, a Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) publicou um informativo sobre o surto da doença em humanos ocorrido naquele ano, com o seguinte trecho. “O atual surto não tem a participação de macacos na transmissão para seres humanos. Todas as transmissões identificadas até o momento pelas agências de saúde no mundo foram atribuídas à contaminação por transmissão entre pessoas”, disse o documento.

Depois, a OMS designou o uso do termo mpox, no lugar de varíola dos macacos (monkeypox). O Ministério da Saúde destacou que a necessidade de mudança do nome ficou ainda mais evidente quando, em algumas regiões do Brasil, a população, preocupada com o contágio, associou a doença ao animal, entendendo que o primata era o transmissor do vírus. Foram registrados ataques aos animais.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 15/08/2024 11:05 / atualizado em 15/08/2024 11:26
x