Psicologia

Narcisismo tende a diminuir com a idade, apontam cientistas

A pesquisa recolheu dados de pessoas com os três tipos de narcisismo (agente, antagonista e neurótico)

Futuras pesquisas deveriam estudar o narcisismo de maneira mais ampla ao redor do globo -  (crédito: Brooke Cagle/Unsplash)
Futuras pesquisas deveriam estudar o narcisismo de maneira mais ampla ao redor do globo - (crédito: Brooke Cagle/Unsplash)

As pessoas tendem a ficar menos narcisistas conforme envelhecem, diz um estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia. No entanto, as diferenças entre os indivíduos permanecem as mesmas: aqueles que são mais narcisistas que os demais quando crianças continuam sendo dessa forma quando adultos.

A pesquisa foi publicada no periódico científico Phychological Bulletin, e seus resultados têm importantes implicações sobre como os altos níveis de narcisismo influenciam a vida das pessoas — as narcisistas e as que convivem com elas.

O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade de Bern (Suíça). A equipe analisou dados de 51 pesquisas longitudinais que mediram como o nível de narcisismo dos participantes ao longo do tempo. No total, foram analisadas 37.247 pessoas (52% mulheres e 48% homens) entre 8 e 77 anos.

Os pesquisadores identificaram se as pesquisas avaliavam pelo menos um dos três tipos de narcisismo: agente, antagonista e neurótico. O narcisismo agente inclui sentimentos de grandiosidade ou superioridade e uma forte necessidade de admiração. Por sua vez, o narcisismo antagonista envolve arrogância, prepotência, insensibilidade e pouca empatia. Já o narcisismo neurótico inclui desregulação emocional e hipersensibilidade.

No geral, todos os tipos de narcisismo diminuíram da infância até a velhice. Foi uma redução pequena para o narcisismo agente e moderada para antagonista ou neurótico. "Uma teoria (para essa redução) sugere que os papeis sociais que assumimos na idade adulta, por exemplo como parceiros, pais, empregados, etc. levam ao desenvolvimento de características de personalidade mais maduras, incluindo níveis mais baixos de narcisismo", explica Ulrich Orth, autor principal do estudo.

No entanto, os cientistas descobriram que o narcisismo de uma pessoa com relação aos outros não mudou significativamente com o tempo. Isso quer dizer que uma criança que era mais narcisistas do que as demais se manteve mais narcisista do que os outras como adulta.

"A condição se manteve verdadeira mesmo depois de longos períodos de tempo, o que indica que o narcisismo é um traço estável de personalidade", aponta Orth.

Vale ressaltar que a maioria dos dados analisados eram de pesquisas conduzidas nos Estados Unidos e na Europa. De acordo com Orth, futuras pesquisas deveriam estudar o narcisismo de maneira mais ampla ao redor do globo.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 12/07/2024 17:15 / atualizado em 12/07/2024 17:26
x