Pesquisadores encontraram microplásticos em pênis humanos pela primeira vez. Sete tipos diferentes de substâncias plásticas foram encontradas em quatro das cinco amostras de tecido humano analisadas pelos pesquisadores, como parte de um estudo publicado na quarta-feira (19/6) no periódico científico IJIR: Your Sexual Medicine Journal.
Microplásticos são fragmentos de polímeros que variam de menos de 5 milímetros até 1 micrômetro e se formam da degradação química ou física de um plástico maior.
Segundo especialistas, algumas partículas podem invadir células e tecidos em órgãos principais do organismo, e há cada vez mais evidências de que elas estão presentes em nossos corpos.
O especialista em urologia reprodutiva que conduziu o estudo enquanto trabalhava na Universidade de Miami, Ranjith Ramasamy, disse que não ficou surpreso ao encontrar microplásticos no pênis, por ser um "órgão muito vascular", como o coração. Conforme informou à CNN, ele usou como base de sua pesquisa um estudo que encontrou evidências de microplásticos justamente no coração.
As amostras analisadas pela equipe foram retiradas de homens diagnosticados com disfunção erétil, que estavam na Universidade de Miami entre agosto e setembro de 2023 para realizar cirurgias de implante peniano.
Quatro dos cinco homens tinham microplásticos em seu tecido peniano. Sete tipos diferentes de microplásticos foram encontrados. Os mais prevalentes foram o tereftalato de polietileno (PET) e polipropileno (PP).
Os cientistas agoram investigam se há correlação entre os microplásticos e a disfunção peniana, qual a quantidade de plásticos "segura" para o organismo e quais tipos de microplásticos são patogênicos.
Ramasamy espera que o estudo “crie mais conscientização sobre a presença de corpos estranhos nos órgãos humanos e promova mais pesquisas sobre esse tópico".
O plástico está presente no cotidiano humano e interage conosco de diferentes maneiras. Pesquisas anteriores descobriram que um litro de água engarrafada (que equivale a duas garrafinhas de água tamanho padrão) continha em média 240.000 partículas de plástico.
"Acho que precisamos ter cuidado ao consumir água e alimentos de garrafas e recipientes de plástico e tentar limitar o uso até que mais pesquisas sejam feitas para identificar níveis que possam causar patologias", completou o cientista.
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