Em um estudo publicado nesta quinta-feira (20/6) na revista Science, pesquisadores australianos estimaram que uma gravidez humana exige quase 50 mil calorias alimentares ao longo de nove meses. As estimativas anteriores eram menores porque os cientistas geralmente presumiam que a maior parte da energia envolvida na reprodução acabava armazenada no feto, que é relativamente pequeno.
As 50 mil calorias equivalem a 218 barras de chocolate padrão. De acordo com Dustin Marshall, biólogo evolucionista da Monash University a energia armazenada nos tecidos de um bebê humano representa apenas cerca de 4% dos custos totais de energia da gravidez. Os outros 96% são combustível extra exigido pelo próprio corpo da mulher.
Marshall acredita que essa 'energia indireta' é alta porque as mulheres ficam grávidas por períodos de tempo maiores do que a maioria dos outros mamíferos.
Essa descoberta surgiu da pesquisa de longa data do Dr. Marshall sobre metabolismo. Diferentes espécies precisam atender a diferentes demandas de energia. Os mamíferos de sangue quente, por exemplo, podem manter uma temperatura corporal estável e permanecer ativos mesmo quando a temperatura cai.
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Para chegar a essa conclusão, a equipe de Melbourne analisou 81 espécies, desde plânctons microscópicos até seres humanos, modelando o que acontece exatamente quando estão esperando.
O metabolismo da espécie também influencia nesse número. Os mamíferos de sangue quente, por exemplo, usam três vezes mais energia que os répteis e outros animais de sangue frio do mesmo tamanho.
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