Mounjaro

Mounjaro: remédio mais eficaz para emagrecer que o Ozempic custa R$5 mil

Ambos são indicados para o tratamento de diabetes e têm como efeito a perda de peso. O Mounjaro, porém, atua mais agressivamente no sistema digestivo

A utilização do Mounjaro no Brasil é aprovada pela Anvisa exclusivamente para o tratamento de diabetes -  (crédito: Sweet Life/Unsplash)
A utilização do Mounjaro no Brasil é aprovada pela Anvisa exclusivamente para o tratamento de diabetes - (crédito: Sweet Life/Unsplash)

Depois da febre do Ozempic, outra substância vem sendo utilizada por pacientes em busca do emagrecimento: a tirzepatida, comercializada sob o nome de Mounjaro. Enquanto o Ozempic atua em apenas um receptor do sistema digestivo, o Mounjaro estimula dois receptores, o que garante uma maior eficácia no tratamento, de acordo com especialistas ouvidos pelo Correio.

O Ozempic apresenta resultados notáveis — entre eles a perda de 15% do peso corporal, em média. O Mounjaro, por sua vez, pode eliminar até 22% de peso corporal do paciente, segundo estudos. "Ambas as medicações são utilizadas para o tratamento do diabetes tipo 2 e têm efeitos na redução da glicose e perda de peso, porém a tirzepatida (Mounjaro) é uma molécula mais complexa, que age em múltiplos receptores (GLP-1 e GIP) enquanto a semaglutida (Ozempic) age apenas em um (GLP-1)", explica Maria de Fátima Andrade, endocrinologista do Hospital Brasília Águas Claras.

O GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo-1 semelhante ao glucagon) são secretados pelas células do intestino delgado em resposta à ingestão alimentar. Quando há estímulo do GLP-1, há secreção de insulina, o que atrasa o esvaziamento gástrico e reduz o apetite. O GIP também estimula a liberação de insulina e ainda aumenta sensibilidade dos tecidos adiposos ao hormônio.

"Não temos estudos comparativos dentro de um mesmo público para saber se um é mais agressivo do que o outro, mas pelos dados publicados com públicos diferentes, aparentemente os dados de eficácia com Mounjaro são superiores com relação à perda de peso", explica Márcio Garrison Dytz, médico endocrinologista professor de Medicina do CEUB.

Assim como o Ozempic, o Mounjaro pode ocasionar efeitos colaterais gastro intestinais como náuseas, vômitos e diarreia, constipação e dor abdominal. "É importante que o uso do Mounjaro para perda de peso seja supervisionado por um profissional de saúde, que pode avaliar os riscos e benefícios individuais, bem como monitorar possíveis efeitos colaterais", alerta Ana Carolina Grillo, endocrinologista do Hospital Brasília, da rede Dasa no DF.

A utilização do Mounjaro no Brasil é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exclusivamente para o tratamento de diabetes e não prevê o uso para emagrecimento. "As indicações de bula são baseadas nos resultados e dados de estudo clínicos apresentados pelo laboratório no momento de registro do medicamento na Anvisa", informou o órgão ao Correio. A venda do medicamento em solo brasileiro deve acontecer somente em 2025.

Como ainda não é comercializado no país, o Mounjaro deve ser importado, principalmente dos Estados Unidos. O preço do remédio para o tratamento de um mês custa em média US$ 1 mil, o equivalente a R$5402,40 na cotação atual do dólar.

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 13/06/2024 17:12 / atualizado em 13/06/2024 17:12
x