Mundo Animal

Elefantes se chamam pelo nome, aponta estudo

A pesquisa "apoia a ideia de que os elefantes podem inventar nomes arbitrários para os outros"

Os elefantes emitem uma ampla gama de sons, desde fortes trombetas até murmúrios que o ouvido humano não capta.

 -  (crédito: Nam Anh/Unsplash)
Os elefantes emitem uma ampla gama de sons, desde fortes trombetas até murmúrios que o ouvido humano não capta. - (crédito: Nam Anh/Unsplash)

Os elefantes chamam uns aos outros usando o equivalente a um nome, diferente para cada paquiderme, indicou um estudo publicado nesta segunda-feira (10/6) na revista científica Nature, baseado na observação de duas manadas selvagens no Quênia.

A pesquisa "demonstra que os elefantes não apenas usam uma vocalização específica para cada indivíduo, mas também reconhecem e respondem a um chamado direcionado a eles enquanto ignoram os direcionados a outros", explica o principal autor, Michael Pardo.

O estudo "apoia a ideia de que os elefantes podem inventar nomes arbitrários para os outros", prossegue este especialista em comunicação de paquidermes da Universidade Estadual do Colorado, citado em um comunicado.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas usaram gravações realizadas pela associação Save the Elephants na reserva de Samburu e no parque nacional de Amboseli, no Quênia.

Com a ajuda de um algoritmo, identificaram 469 chamadas distintas, que incluíam 101 elefantes que emitiam uma chamada e 117 que a recebiam.

Os elefantes emitem uma ampla gama de sons, desde fortes trombetas até murmúrios que o ouvido humano não capta.

Segundo o estudo, o paquiderme, assim como os humanos, atribui um nome arbitrário ao membro da manada com quem deseja se comunicar. O estudo destaca que ele não faz isso através de uma vocalização que imite o som produzido pelo animal ao qual se dirigem, como fazem os golfinhos e os papagaios.

Essas observações sobre os elefantes "indicam que eles têm uma capacidade de pensamento abstrato", afirmou o professor George Wittemyer, da Universidade do Colorado, supervisor do estudo, citado no comunicado.

Os chamados, que costumam ser emitidos em forma de grunhidos, são mais frequentes à distância e no caso de adultos que se comunicam com filhotes. Os adultos também são mais propensos a usar esses sons do que os jovens, o que sugere que a capacidade de pronunciar os nomes requer anos de treinamento.

O estudo sugere que o comportamento extremamente social dos elefantes pode ter favorecido o desenvolvimento dessa capacidade de comunicação.

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postado em 10/06/2024 21:02
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