Pesquisadores que usaram o telescópio espacial James Webb podem ter detectado gases atmosféricos em torno de 55 Cancri e, um exoplaneta rochoso quente a 41 anos-luz da Terra. Segundo a Nasa, esta é a melhor evidência até agora da existência de qualquer atmosfera de planeta rochoso fora do nosso sistema solar.
“Webb está expandindo as fronteiras da caracterização de exoplanetas para planetas rochosos. Está realmente possibilitando um novo tipo de ciência", pontua Renyu Hu, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.
55 Cancri e, também conhecido como Janssen, é um dos cinco planetas conhecidos que orbitam a estrela semelhante ao Sol, a 55 Cancri, na constelação de Câncer. Com um diâmetro quase o dobro do da Terra e uma densidade ligeiramente maior, o planeta é classificado como uma Super Terra.
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"O planeta orbita tão perto da sua estrela (cerca de 2,3 milhões de quilômetros ou um vigésimo quinto da distância entre Mercúrio e o Sol) que é provável que a sua superfície esteja derretida – um oceano borbulhante de magma. Com uma órbita tão estreita, é provável que o planeta também esteja bloqueado pelas marés, com um lado diurno sempre voltado para a estrela e um lado noturno em escuridão perpétua", detalha a Nasa.
Embora o James Webb não consiga capturar uma imagem direta de 55 Cancri e, o telescópio pode medir mudanças sutis na luz do sistema à medida que o planeta orbita a estrela.
Subtraindo o brilho quando o planeta está atrás da estrela e bem ao lado do corpo celeste, os pesquisadores foram capazes de calcular a quantidade de vários comprimentos de onda de luz infravermelha provenientes do lado diurno do planeta. Esse método é conhecido como espectroscopia de eclipse secundário e é semelhante ao usado por outras equipes de pesquisa para procurar atmosferas em exoplanetas rochosos.
A primeira indicação de que 55 Cancri e poderia ter uma atmosfera veio de medições de temperatura baseadas em sua emissão térmica ou energia térmica emitida na forma de luz infravermelha. Se o planeta estiver coberto por rocha escura derretida com um fino véu de rocha vaporizada ou sem atmosfera alguma, o lado diurno deverá estar em torno de 4.000 graus Fahrenheit (~2.200 graus Celsius).
“Em vez disso, os dados do MIRI mostraram uma temperatura relativamente baixa de cerca de 2.800 graus Fahrenheit [~1.540 graus Celsius]. Esta é uma indicação muito forte de que a energia está sendo distribuída do lado diurno para o noturno, muito provavelmente por uma atmosfera rica em voláteis", afirma Renyu Hu.
Embora 55 Cancri e seja muito quente para ser habitável, os pesquisadores acreditam que o exoplaneta poderá fornecer uma janela única para estudar as interações entre atmosferas, superfícies e interiores de planetas rochosos, e possivelmente dar mais informações sobre as condições iniciais da Terra, Vênus e Marte.
"Em última análise, queremos compreender que condições tornam possível a um planeta rochoso sustentar uma atmosfera rica em gás: um ingrediente chave para um planeta habitável”, finaliza Hu.
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