Um estudo publicado pela revista científica Travel medicine and infectious disease, aponta que a próxima pandemia pode ser causada por alguma variante do vírus da influenza, causador da gripe. O alerta ocorre devido a recente confirmação pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) da cepa A (H5N1), da gripe aviária em rebanhos de gado leiteiro em vários estados do país.
Os cientistas do Consórcio Vaccelerate, responsáveis pelo estudo, reuniram 187 respostas de especialistas de 57 países e o resultado foi que o vírus da gripe ficou em primeiro lugar no ranking de mais provável para uma nova pandemia a 57% dos que responderam — outros 17% colocou o grau de periculosidade do vírus em segundo lugar. Segundo o relatório, a variante da influenza pode ter letalidade acima de 50%.
Além disso, apontam que o surgimento do vírus em um humano — que teve contato direto com o leite da vaca contaminada — , no Texas, mesmo com baixo risco de transmissão, acentua a necessidade de maior vigilância e medidas de resposta. “Todo inverno temos uma temporada de influenza. Pode-se dizer que isso significa que todo inverno há pequenas pandemias. Elas são mais ou menos controladas porque as diferentes cepas não são suficientemente virulentas. No entanto, a cada estação, as cepas envolvidas mudam, e essa é a razão pela qual podemos contrair gripe várias vezes na vida, e as vacinas mudam ano a ano. Caso uma nova cepa se torne mais virulenta, esse controle pode ser perdido”, diz o principal autor do estudo, Salmanton-García, da Universidade de Colônia, na Alemanha, em comunicado.
Em segundo lugar, apontado por 21% dos cientistas, ficou a Doença X — nome utilizado quando um microrganismo ainda não foi descoberto. O terceiro lugar com 8% ficou o que seria uma versão do SARS-CoV-2, causador da covid-19.
"O estudo revelou que a gripe, a doença X, o SARS-CoV-1, o SARS-CoV-2 e o vírus Ebola são os patógenos mais preocupantes em relação ao seu potencial pandêmico. Esses patógenos são caracterizados por sua transmissibilidade por meio de gotículas respiratórias e um histórico de surtos epidêmicos ou pandêmicos anteriores”, lembram os cientistas no estudo.
* Estagiária sob supervisão de Ronayre Nunes