SAÚDE

Ozempic: Como funciona e quais são os riscos do medicamento

Médica faz alerta de que medicamento sem orientação pode trazer efeitos colaterais

A atuação do medicamento se dá principalmente a nível do trato gastrointestinal -  (crédito: Freepik)
A atuação do medicamento se dá principalmente a nível do trato gastrointestinal - (crédito: Freepik)

O Ozempic ganhou popularidade nos últimos anos devido ao seu efeito no emagrecimento. Indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, o remédio tem como um dos efeitos a perda de peso e tem sido usado para fins estéticos.

Mas o que muitas pessoas questionam é se o uso do Ozempic para emagrecer é seguro.

A endocrinologista Aline Teles, explica que a semaglutida, substância do Ozempic, é eficaz e segura na perda de peso porque faz com que as pessoas se sintam mais saciadas quando comem e reduz os desejos por doces e carboidratos, por exemplo.

"Ela restringe a fome e a ingestão de alimentos imitando um hormônio, liberado pelo intestino após a alimentação, que afeta as regiões cerebrais envolvidas no apetite e na recompensa", acrescenta. Apesar de segura a especialista destaca que é necessário a avaliação de um profissional para a medicação.

Aline comenta que a atuação do medicamento se dá principalmente a nível do trato gastrointestinal, os seus principais efeitos adversos são os gastrointestinais. Os principais sintomas são: náuseas, vômitos, diarreia, constipação e piora dos sintomas de refluxo.

"Importante destacar que, na maioria dos casos, esses sintomas são leves a moderados. Efeitos adversos mais graves e menos comuns incluem riscos de pancreatite aguda, obstrução intestinal, gastroparesia, redução da mobilidade do trato gastrointestinal e o câncer medular da tireoide", comenta a especialista sobre os efeitos colaterais.

A profissional acredita que a "febre" do medicamento seja devido aos avanços da ciência. "A ciência vem mudando rapidamente, juntamente com a opinião pública, sobre a obesidade, que é cada vez mais entendida como uma doença que pode ser tratada clinicamente com medicações, ao invés de ser entendida como um fracasso de força de vontade."

No entanto, os tratamentos medicamentosos para a obesidade têm um passado lamentável, com medicações com diversos efeitos colaterais graves, desencadeando condições cardíacas e pulmonares catastróficas, por exemplo. A história foi marcada por fracassos em encontrar medicamentos seguros e eficazes para a perda de peso, até o surgimento dos análogos de GLP-1- Liraglutida e Semaglutida. Originalmente desenvolvidos para tratar diabetes, esses agonistas do hormônio intestinal chamado GLP-1 induzem perda significativa de peso, com efeitos colaterais negociáveis na maioria dos pacientes. Estudos mais recentes têm evidenciado também benefícios cardiovasculares- redução do risco cardiovascular e seus impactos mais amplos na saúde cardiometabólica.", conclui a especialista.

Medicamentos que chegam ao Brasil

O Wegovy (semaglutida), da Novo Nordisk, mesma farmacêutica responsável pelo Ozempic, deve chegar às farmácias brasileiras a partir de julho. O medicamento foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em janeiro de 2023 para o tratamento da obesidade e sobrepeso. Tanto Wegovy quanto Ozempic necessitam de prescrição médica.

A Anvisa aprovou o medicamento para adultos com obesidade ou sobrepeso com alguma comorbidade associada. O preço máximo a ser cobrado é de R$ 2.484, de acordo com a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

'Cabeça de Ozempic'

O termo ‘cabeça de Ozempic’ virou um dos assuntos mais falados nas redes sociais essa semana após as cantoras Maiara, da dupla com Maraísa, e Mari Fernandez, além de outros famosos compartilharem o emagrecimento e os usuários afirmarem que a perda ocorreu pelo uso de medicamentos. Pelas redes sociais, os fãs usaram a expressão ao apontar que, após emagrecer, as cabeças das artistas estão com tamanho desproporcional ao corpo.

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postado em 02/05/2024 15:22 / atualizado em 02/05/2024 15:22
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