Nesta quinta-feira (21/3), o Massachussets General Hospital em Boston, nos Estados Unidos, anunciou que foi realizado o primeiro transplante de rim de um porco, geneticamente modificado, para um paciente humano vivo. É a primeira vez em que uma operação deste tipo é feita em um paciente vivo — em 2021, uma equipe de Nova York havia realizado uma cirurgia parecida, mas em uma pessoa com morte cerebral.
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O transplante foi comandado pelo médico brasileiro Leonardo Riella e ocorreu no sábado (16/3). A pesquisa para a realização do transplante vinha sendo desenvolvida havia cinco anos pela equipe do hospital. "Toda semana, temos que retirar pacientes da lista de espera porque ficam muito doentes para fazer um transplante durante a diálise. A disponibilidade oportuna de um rim poderia dar a oportunidade a milhares de pessoas de obter um tratamento muito melhor para a insuficiência renal do que a diálise", afirmou Riella, em comunicado à imprensa.
O maior temor dos médicos era a rejeição do órgão suíno pelo corpo humano. A solução encontrada por eles foi retirar os genes suínos do rim e acrescentar genes humanos. Ao longo dos anos de pesquisa, foram realizadas várias versões de modificações genéticas até a equipe encontrar a que poderia ser implantada em humanos.
De acordo com a equipe médica, o paciente, um homem de 62 anos com doença renal em estágio avançado, recupera-se bem. Ele vive com diabetes tipo 2 e hipertensão e fazia diálise há sete anos. O paciente chegou a receber um transplante de rim em 2018, mas o órgão falhou em 2023 e ele voltou a fazer diálise. Agora, ele ainda está internado em Boston, mas a expectativa é que tenha alta nos próximos dias, pois não teve complicações.
Em comunicado publicado pelo hospital, o homem diz que aceitou ser voluntário da cirurgia, como uma forma de dar esperança a milhares de pessoas que precisam de um transplante para sobreviver.
A cirurgia inédita pode ser a solução para milhares de pessoas que aguardam um transplante de rim. No Brasil, a operação representa 92% da fila de espera por transplantes. Das 42 mil pessoas que aguardavam um transplante no Brasil até quarta-feira (20/3), 39 mil delas esperavam por um rim.
Quem aguarda o órgão depende de hemodiálise, operação em que o sangue é retirado do paciente e bombeado para uma máquina, que faz a filtragem e devolve o sangue de volta ao corpo. Cada sessão dura entre três a quatro horas, e há pacientes que precisam realizá-las diariamente.
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