ASTRONOMIA

Astrônomos encontram a galáxia morta mais antiga já vista

A formação remonta a novas estrelas de mais de 13 bilhões de anos e a verificação foi feita via Telescópio Espacial James Webb. A revelação foi publicada em um estudo detalhado na revista Nature

Astrônomos liderados pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, fizeram uma descoberta impressionante ao observar uma galáxia que cessou abruptamente a formação de novas estrelas há mais de 13 bilhões de anos. Utilizando o Telescópio Espacial James Webb, eles detectaram essa galáxia "morta" quando o universo tinha apenas 700 milhões de anos, o que faz dela a mais antiga já observada.

Conforme o estudo, descrito na revista Nature, o sistema estelar encontrado apresenta um padrão peculiar de vida curta e morte precoce. A formação de estrelas aconteceu rapidamente e parou de forma quase instantânea, um fenômeno considerado surpreendente em uma fase tão inicial da evolução do universo. No entanto, permanece incerto se o estado "morto" dessa galáxia é temporário ou permanente, e o que desencadeou o fim da formação estelar.

Segundo os cientistas, os resultados têm implicações significativas para entender como e por que as galáxias interrompem a formação de novas estrelas e se os fatores que influenciam esse processo mudaram ao longo de bilhões de anos. "As primeiras centenas de milhões de anos do universo foram uma fase muito ativa, com muitas nuvens de gás colapsando para formar novas estrelas", detalhou, em nota, Tobias Looser, do Instituto Kavli de Cosmologia e primeiro autor do estudo.

Os astrônomos acreditam que a formação de estrelas pode ser retardada ou interrompida por diferentes fatores. Internos, como um buraco negro supermassivo, podem empurrar o gás para fora da galáxia, fazendo com que a formação estelar pare rapidamente. O gás também pode ser consumido muito rapidamente pela formação de estrelas, sem ser prontamente reabastecido por gás fresco dos arredores da galáxia.

Os pesquisadores afirmam que embora pareça morta no momento da observação, é possível que nesses 13 bilhões de anos, a galáxia tenha voltado à vida e começado a formar novas estrelas outra vez. "Estamos à procura de outras galáxias como essa no universo primordial, o que nos ajudará a colocar algumas restrições sobre como e por que as galáxias param de formar novas estrelas," ressaltou o coautor Francesco D'Eugenio, do Instituto Kavli de Cosmologia. "Pode ocorrer que as galáxias no início do Universo 'morram' e depois voltem à vida. Precisaremos de mais observações para nos ajudar a descobrir isso."

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