SAÚDE

Sangramento gengival pode ser sintoma de dengue grave, alerta especialista

Distrito Federal já registrou mais de 118 mil casos de dengue. Cuidados devem ser redobrados quando a doença é grave

O Distrito Federal enfrenta um dos mais graves surtos de dengue da história. Segundo Boletim Epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, a capital do Brasil soma 120.625 mil casos notificados e 118.068 mil casos confirmados. Observa-se um aumento de 1.533,3% no número de casos prováveis de dengue em residentes no DF se comparado ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 7.229 casos prováveis da doença no DF.

Em meio à crescente da doença transmitida pelo mosquito do Aedes Aegypti, especialista alerta para um cuidado especial no sintoma de sangramento gengival: o caso pode estar associado à dengue grave.

“O sangramento gengival pode ser um sintoma da dengue devido à diminuição do número de plaquetas no sangue, uma condição conhecida como trombocitopenia. Essas plaquetas desempenham um papel crucial na coagulação do sangue, e uma contagem baixa dessas plaquetas podem levar a sangramentos espontâneos ou aumento do tempo de sangramento”, explica a dentista Michelle Mamede.

Apesar dos sinais e sintomas serem semelhantes, a dengue grave é uma variante de maior risco da doença, porque pode fazer o quadro clínico se agravar rapidamente devido à insuficiência circulatória. São sintomas da dengue grave: dores abdominais fortes e contínuas; vômitos persistentes; pele pálida, fria e úmida; sangramento pelo nariz, boca e gengivas; manchas vermelhas na pele; comportamento variando de sonolência à agitação; confusão mental; sede excessiva e boca seca; dificuldade respiratória e queda da pressão arterial.

Além das manifestações sistêmicas, podem ocorrer manifestações bucais, sendo o sangramento gengival a manifestação mais comum. “Indo para essa questão das manifestações bucais, é importante observar a hiperpigmentação ou vermelhidão da mucosa. Também podem surgir edema labial, petéquias. A língua pode ficar pilosa e pode haver alteração no paladar e desconforto faríngeo ao deglutir”, alerta a especialista.

A medica ressalta a importância de não confundir os sintomas como petéquias, sangramento gengival e vermelhidão da mucosa com as anormalidades plaquetárias ou distúrbios hemorrágicos. “É importante que os pacientes com dengue, especialmente aqueles que experimentam sangramento gengival, sejam monitorados de perto por profissionais de saúde e recebam tratamento adequado”.

É importante destacar que o sangramento gengival por si só não é um sintoma específico da dengue e pode ocorrer em outras condições, como doenças periodontais ou uso de certos medicamentos. No entanto, em áreas onde a dengue é endêmica, o sangramento gengival em conjunto com outros sintomas sugestivos de dengue deve levantar suspeitas dessa doença e justificar uma avaliação médica adequada.

“Vale ressaltar que a dengue, assim como outras infecções virais, pode causar uma queda no sistema imunológico do hospedeiro pela sobrecarga no combate ao vírus e deixar o organismo mais suscetível a infecções oportunistas. É importante tratar para que isso não se agrave para um quadro de infecção odontogênica tornando o tratamento mais complexo”, pontua.

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