Um novo estudo, publicado na Nature, mostra que uma em cada 12 estrelas pode ter devorado um planeta, provavelmente porque o planeta desenvolveu uma "oscilação" em sua órbita e caiu na estrela.
A pesquisa constatou que pelo menos 8% das estrelas da amostra analisada apresentaram anomalias químicas que indicavam que uma estrela engoliu material planetário que antes a orbitava.
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Para detectar esse sinal, os estudiosos precisaram descartar outras possíveis explicações para esses padrões químicos. A pesquisa se concentrou em "estrelas gêmeas", conhecidas por terem nascido ao mesmo tempo a partir da mesma mistura de materiais.
Para a pesquisa, foi utilizado dados espectroscópicos de 91 pares de estrelas gêmeas. Descobriram, então, que algumas estrelas diferiam de suas gêmeas, mostrando um padrão químico distinto com quantidades maiores de certos elementos, como ferro, níquel e titânio, em comparação com outros, como carbono e oxigênio. Essas diferenças indicam fortes evidências de que a estrela ingeriu um planeta.
Os pesquisadores entendem que se uma estrela engoliu um planeta, isso significa que ouve instabilidade na dinâmica do sistema.
As simulações sugerem que essa instabilidade pode ser comum no início da vida de um sistema planetário — nos primeiros 100 milhões de anos, aproximadamente. No entanto, quaisquer vestígios de planetas engolfados durante esse período inicial seriam indetectáveis nas estrelas observadas, que têm bilhões de anos de idade.
Isso sugere que as anomalias químicas vistas pelos cientistas foram causadas por instabilidades mais recentes, fazendo com que as estrelas consumissem alguns planetas ou material planetário.
De acordo com o pesquisador do estudo Bertram Bitsch, muitos sistemas planetários são conhecidos por serem instáveis, especialmente entre os sistemas com um tipo de planeta chamado "super-Terra" - planetas um pouco maiores do que a Terra, mas muito menores do que gigantes como Júpiter.
Os sistemas que incluem um planeta super-Terra podem ser particularmente instáveis. A relação gravitacional entre a estrela hospedeira e seus planetas maciços pode gerar instabilidade.
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