Uma empresa estadunidense de biotecnologia e engenharia genética promete uma "desextinção" dos mamutes-lanosos até o ano de 2027. A Colossal Biosciences afirma estar cada vez mais próxima de trazer os animais, extintos por completo há pelo menos 4 mil anos, de volta a partir de uma técnica de edição genética chamada CRISPR.
A empresa usará a estrutura genética de elefantes-asiáticos, mas com características dos mamutes adaptadas ao frio, como orelhas pequenas e mais gordura corporal. Elefantes e mamutes têm uma composição de DNA com 99,6% de semelhança. Com isso, para trazer os animais extintos de volta, os cientistas vão fechar essa semelhança com 0,4% do genoma — sequência completa de DNA — através do genoma CRISPR.
“A Colossal será a primeira empresa a usar a tecnologia CRISPR para "desextinguir" espécies anteriormente perdidas, começando com o mamute. No processo, a Colossal construirá produtos de software de classe mundial para CRISPR e seus avanços terão implicações importantes para produtos biotecnológicos, tratamento de doenças e genômica”, diz Tim Draper, investidor de capital de risco do Vale do Silício e fundador da Draper Fisher Jurvetson (DFJ).
O mamute-lanoso ou Mammuthus primigenius é um mamífero resistente ao frio, de sangue quente e que tem a capacidade de sobreviver em temperaturas congelantes. A espécie foi a última, há cerca de 4 mil anos, que se adaptou na região norte do planeta. Conhecido pelas presas invertidas e curvadas, usadas para localizar alimentos, o animal tinha 3,3 metros de altura e chegava a pesar 10 toneladas.
“Se você pensar na manchete mais importante do século 20, inquestionavelmente foram os humanos pousando na Lua. No século 21, trazer de volta à vida uma espécie extinta teria um peso semelhante na história da humanidade. É difícil imaginar um projeto mais profundo do que a desextinção de espécies antes consideradas perdidas para sempre”, aponta Richard Garriot, membro do conselho consultivo executivo da Colossal.
Ainda de acordo com a empresa, trazer de volta o mamute "não é apenas uma teoria, mas sim uma ciência que foi desenvolvida e dominada por George Church, Ph. D e seu laboratório". Além disso, com uma composição genética de DNA de 99,6% no elefante-asiático, DNA intacto do mamute e engenharia moderna, "a tarefa está bem encaminhada".
*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori
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