A primeira vacina brasileira contra a dengue está sendo desenvolvida no Instituto Butantan, em São Paulo. De acordo com estudo publicado no periódico The New England Journal of Medicine, o imunizante alcançou eficácia de 79,6% no estudo clínico de fase 3, além de se provar seguro e eficaz contra os sorotipos 1 e 2 dos vírus que causam a doença.
O imunizante foi testado em pacientes de 2 a 59 anos e demonstrou eficácia em todas as faixas etárias, sobretudo entre pessoas adultas (18 a 59 anos), em que a eficácia foi 90%. Para crianças de 2 a 6 anos de idade, ela alcançou 80,1% e, em crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos, 77,8%.
Agora, o Instituto analisa e trata os dados da fase 3 de estudos clínicos para enviá-los à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Vamos compilar todas as informações e submetê-las à Anvisa em setembro, para conseguir o registro da vacina", explicou a assessoria do Butantan ao Correio.
A expectativa do Instituto é que a vacina esteja disponível para a população em 2025, mas tudo depende do tempo de análise da Anvisa. "Pode ser que tenham que ser enviados mais dados e informações para liberação da vacina no Brasil, como aconteceu com a Coronavac", lembra a assessoria.
"A vacina do Butantan é conhecida hoje no mundo todo, e tem a capacidade de prevenir contra a dengue, muito segura, bem tolerada. E tem uma grande vantagem: é uma vacina de dose única, você dá uma injeção e consegue conferir proteção a uma faixa etária bastante elástica", explica o diretor técnico do Butantan, Esper Kallas.
Para o Instituto, todo produto desenvolvido nacionalmente tem sua importância devido ao orgulho nacional, e também é importante para garantir autossuficiência ao país. "Na pandemia, os Estados Unidos priorizavam produzir vacinas aos americanos. É importante ter isso aqui também".
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